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Bolsonaro a Michelle: ‘querida, encolhi mais um dos meus ministros’

Presidente é uma máquina de encolher todos os que trabalham com ele. Paulo Guedes é só um deles

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 out 2021, 12h17
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  • A incapacidade de Paulo Guedes de viabilizar os projetos que o alçaram a ídolo do mercado financeiro em 2018 e as declarações desastrosas que ele profere desde o começo do governo foram reduzindo seu tamanho e importância, mas nessa última semana ele ficou menor no quesito que o mercado mais valoriza.

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    Aceitou furar o teto, e assumir que fez isso, mesmo contrariado. “Eu detesto furar teto”, disse ao furar o teto, parecendo piada de botequim. Deu a desculpa de que não quer tirar 10 no fiscal e zero no social. Guedes já tirou zero no social quando implicou com o porteiro cujo filho chegou a universidade, ou com a empregada que foi para Disney.

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    Antes do encolhimento desta semana, muita gente no governo tinha começado a achar que era hora de trocar o ministro da Economia. Guedes mesmo admitiu que foram ao André Esteves, banqueiro dono do BTG Pactual, pedir emprestado o economista Mansueto de Almeida para o seu lugar.

    A questão é: que nome gabaritado junto ao setor privado e com o conhecimento necessário sobre o setor público vai topar entrar em um governo que frita todos os ministros que não se dobram aos caprichos de Jair Bolsonaro e de seus filhos?

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    Quem fica, tem que entrar na máquina de encolhimento. Só aceitaria quem estivesse disposto a esse processo de encurtamento da sua relevância. É como se Bolsonaro dissesse para Michell Bolsonaro nesta semana: “Querida, encolhi mais um dos meus ministros”.

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    Se Guedes desistir de ficar, e na sexta-feira ele deu sinais de que, na verdade, aceitou ficar, estará aberta a vaga para ser o novo “Sergio Moro”. O ex-ministro da Justiça saiu estabelecendo um limite que não aceitaria, o da intervenção na PF, mas o fato é que ele ao deixar o governo já era muito menor do que entrou (se é que foi grande um dia).

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    Sua redução ocorreu no momento em que entrou no governo Jair Bolsonaro – porque aceitou ir para o governo do adversário do candidato cuja prisão havia decretado.

    Mas o processo natural no governo Bolsonaro é entrar como um profissional respeitado em sua área, mas sair da administração chamuscado, menor do que quando entrou. Se houver algum economista que queira correr esse risco, pode se candidatar à vaga.

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    Algo similar aconteceu na Saúde. Nelson Teich era apenas um anônimo quando chegou ao governo e saiu sem dar qualquer contribuição. O seu sucessor foi pior. Entrou como general que tinha fama de entender de logística e deixou a logística entrar em colapso, entre outras falhas de caráter que mostrou. “Senhores, é simples assim. Ele manda e eu obedeço”.

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    Marcelo Queiroga entrou como o presidente de uma entidade médica e, de lá pra cá, já rasgou seu diploma algumas vezes e será lembrado com o ministro do gesto do dedo do meio a manifestantes.

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    Na Economia, só é possível trocar o ministro por alguém que inspire alguma confiança. Do contrário, a forca de Bolsonaro estará completa para sua morte eleitoral, algo que está fora de cogitação para o presidente da República. Guedes se submeteu de vez às imposições de Bolsonaro, que só pensa na eleição de 2022, porque ele, o ministro da Economia, entrou na campanha.

    A reeleição é o único modo de manter privilégios, como a chave do cofre da União e a equipe de asseclas que o ajuda a proteger os filhos contra investigações criminais sobre corrupção. Por isso, Guedes teve que aceitar, e também endossar, o rompimento do teto de gastos, contrariando toda a ideologia que ele dizia defender quando ainda era o Posto Ipiranga.

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