
Em 7 de maio de 2018, um mês depois de Lula ser preso pela Lava-Jato, estava em julgamento no Supremo um pedido da defesa para que o ex-presidente fosse solto.
Como votou o ministro Dias Toffoli?
Contra a liberdade de Lula, que o havia indicado para o cargo de ministro do Supremo. O que parecia independência na verdade é hoje um voto do qual o ministro precisa explicar.
Nesta quarta, 6 de setembro, pouco mais de cinco anos depois, o ministro afirmou que a prisão de Lula foi um dos maiores erros jurídicos da História – uma “armação”.
“Se utilizou um cover-up de combate à corrupção, com o intuito de levar um líder político às grades, com parcialidade e, em conluio, forjando-se ‘provas’”, afirma Toffoli na decisão que anulou provas produzidas pela Odebrecht.
A questão é o ministro conciliar tudo isso com o seu passado em vários votos e decisões. Foi Toffoli quem, ao fim, negou o direito de Lula ir ao velório do irmão Vavá. Se a prisão foi uma armação ou um erro, como explicar uma decisão passada como essa? Estava sendo enganado?
Além de “revelar” a existência de uma conspiração de agentes públicos com um projeto de poder, o ministro precisa também pacificar a sua própria jurisprudência.