A ação da Polícia Federal na casa de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 3, revela aquilo que o país sabe que, mais cedo ou mais tarde, acontecerá: a prisão do ex-presidente.
Investigado em diversas frentes – seja no Supremo Tribunal Federal, seja no Tribunal Superior Eleitoral -, o líder da extrema direita brasileira ressurge no noticiário policial como suspeito de fraudes em cartões de vacina da Covid-19, incluindo o dele próprio e o de sua filha de 12 anos.
Agentes de delegados da PF foram à casa de Bolsonaro e levaram documentos, celulares, HDs, entre outras coisas, que, impreterivelmente, vão piorar a situação jurídica do líder da oposição.
Essas buscas e apreensões quase sempre dificultam a condição dos investigados.
Neste caso – o de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde – o ex-presidente subiu de patamar: virou alvo de ação policial.
Antes, havia apenas sido ouvido em depoimento na PF.
É curioso, contudo, que, depois de tantos ataques contra a democracia e os outros poderes, Bolsonaro veja a Polícia Federal bater em sua porta justamente por falsificação de vacina.
Justiça divina? Pode ser.
Mais do que isso, se trata da justiça dos homens. Alexandre de Moraes sabe que as ofensas do ex-mandatário na época da pandemia são abjetas e contaminaram ainda mais o país.
Minimizando o efeito da doença, dos imunizastes e escondendo o cartão de vacina com sigilo de 100 anos, Bolsonaro vai negar, mas teria adulterado dados para poder entrar em outros países.
Com isso, não abriu a porta só de outros países, mas provavelmente a da prisão, hoje cada vez mais próxima dele.