A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de autorizar buscas na casa do cantor Sérgio Reis nesta sexta, 20, e de vários outros envolvidos na preparação de uma caravana para Brasília foi mais um passo importante no cerco aos radicais que tentam parar o país a todo custo movidos por ideias fantasiosas alimentadas, principalmente, pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
Entrar na casa de Sérgio Reis era a única maneira de descobrir se as falas do cantor são apenas bravatas ou se de fato há de fato uma movimentação acontecendo com os objetivos que vários dos alvos de hoje explicitaram em suas redes sociais. Um deles: parar a malha rodoviária, como o cantor insinuou que deveria acontecer, significa parar o país e afetar toda a população.
Como esta coluna mostrou, Sérgio Reis pode ser acusado de uma série de crimes como incitação ao crime e expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento. O que ele tentou fazer é gravíssimo.
Ele convocou pessoas a irem a Brasília porque lá haveria “acampamento e alimento”. Contou que grandes empresários estão com eles, além dos caminhoneiros. “Vocês vão se assustar com o movimento”, disse Sergio Reis. A Procuradoria-geral da República (PGR) destacou, na sua manifestação ao STF, trechos de outros organizadores desse mesmo ato, como Marcos Antônio Pereira Gomes, que no seu canal no youtube convocou pessoas a “invadir o Congresso” e “partir para cima” do presidente e do relator da CPI da Covid, além de exigir a “exoneração dos ministros do Supremo”.
E para isso parar o país por 72 horas, segundo postaram. Um dos organizadores seria Antonio Galvan, presidente da Associação dos Produtores de Soja, que foi também alvo da ação.
Quando a democracia está em perigo, é preciso agir. Pode ser que não haja qualquer paralisação no dia 7 de setembro, mas o STF decidiu não pagar para ver. A polarização que tomou conta de uma parte da população brasileira tem sido alimentada por um presidente que tem o poder nas mãos e utiliza seu cargo para provocar as instituições.