
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi ao Instagram ironizar a descoberta de que vários integrantes do governo Bolsonaro, incluindo o seu marido, tentaram trazer joias no valor de R$ 16,5 milhões para o Brasil.
Ilegalmente!
Elas seriam presentes da ditadura da Arabia Saudita, um dos países mais grotescos do mundo, culturalmente fechado e intolerante com as mulheres, os gays, os opositores e os jornalistas.
Não adianta ironizar, Michelle! O caso é grave. Estrondoso.
Os cheques que somaram R$ 89 mil às joias de milhões de euros marcam a história da ex-primeira-dama, que quer alçar voos mais altos – politicamente falando.
Mas o fato é que os dois casos colocam Michelle numa situação vexatória não só do ponto de vista ético, moral e jurídico, mas também religioso.
Para quem não conhece a história do Reino da Arábia Saudita, basta somente procurar os apoios a jihadistas e as atrocidades cometidas no Yemen.
Mas para Michelle, a evangélica radical, isso tem um agravante. A Arabia Saudita, que queria transformar a ex-primeira dama numa milionária da noite por dia, tem um histórico de tensões com Israel, menina dos olhos dos evangélicos brasileiros fundamentalistas.
É importante dizer também que o reinado islâmico não reconhece oficialmente o estado judeu.
Para além do escândalo deste caso revelado pelo Estadão, é preciso compreender que o ministro Paulo Pimenta, da Comunicação Social de Lula, afirmou que o próprio Bolsonaro tentou reaver as joias de Michelle: um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes.
Essa história envolvendo Michelle, Bolsonaro e o regime saudita precisa ser investigada. Urgentemente.