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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A queda do WhatsApp e a revolta dos algoritmos

Voltamos à idade da pedra ou à vida da historiadora Heloísa Starling, que tem nos ensinado sobre o passado através do olhar atento em documentos do Estado

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 out 2021, 18h56 - Publicado em 4 out 2021, 18h34

A queda dos serviços entregues por Mark Zuckerberg – Whatsapp, Instagram e Facebook – nos levaram de volta à idade da pedra na comunicação. Ou para a vida de uma das melhores historiadoras do país, Heloísa Starling, se não a melhor, que nunca caiu nos encantos do jovem bilionário do Vale do Silício.

Será que ela não faz muito bem? Heloísa para ser achada tem que ser na troca de e-mails ou mensagens por SMS. Só ela e o senador brasiliense Reguffe mantêm serviço ativo por esses canais de mensagens, pelo menos entre os meus contatos. Eles e os serviços de cobrança de contas atrasadas que apitam aqui e acolá, claro.

Heloísa Starling é um caso à parte – curadora de uma coleção sobre a ditadura na Cia das Letras, ela faz todo o trabalho de pesquisadora debruçada em pilhas de papéis – avisos, memorandos, ofícios, exposições de motivos e telegramas produzidos pelo estado brasileiro ao longo do último século.

Google? Jamais.

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Em uma das ocasiões em que estive com ela, a historiadora estava debruçada em slides da década de 60 e 70, documentos sigilosos de um órgão importante do estado brasileiro.

Não à toa, ela escreveu livros tão importantes como: Brasil, Uma Biografia, Ser Republicano no Brasil Colônia ou A Bailarina da Morte. Esse último já registrei por aqui, é sobre a gripe espanhola.

Heloísa é curiosa. A vida deve estar super normal para ela nesta segunda-feira, 4, enquanto o mundo parece ter entrado em estado pré-apocalipse, ou pós-apocalipse, após essa terrível pandemia e o governo atual, que só soube atrapalhar durante quase três anos nesse tempo de desesperança.

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O mais engraçado é que mesmo não participando do whatsapp, ela é sempre falada por lá. Um dos melhores grupos que faço parte no aplicativo do Zuckerberg é o Literatura & Liberdade, organizado pelo divulgador cultural e escritor Afonso Borges.

Não sei se eles perceberam ainda que estou por lá, ou só me veem como um mascote, mas neste grupo ando entre gigantes, como Agualusa, Nélida Pinon, Mia Couto, Lilia Schwarcz, Antonio Grassi, Fernando Gabeira, Andréa Pachá, Malu Mader (emoji de coração, já que o Whatsapp se foi), Tony Belloto, Monja Coen, Dorrit Harazim, Juca Kfouri, Antônio Torres, Ignácio de Loyla Brandão, Lélia Wanick Salgado…

Enfim, a lista continua e até hoje acho absolutamente inacreditável o fato de eu ter sido convidado para fazer parte dele. Heloísa Starling é sempre citada e, eu, eu mesmo, já pedi para ela entrar no tal grupo. Talvez ela esteja certa de recusar. Ou não, como diz Caetano.

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Fato é que hoje, além dos silêncios das fontes, deu uma saudade danada da genialidade deste povo tão brasileiro que, aqui e ali, nos tira da absoluta mediocridade dos tempos atuais. Quem sabe num tempo mais calmo, com mais diálogo, a gente consegue se reencontrar? Bom telefonema a todos… Ou, SMS.

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