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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A prova de que Bolsonaro não está tão derrotado

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2024, 00h18 - Publicado em 13 jul 2023, 13h14
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  • Jair Bolsonaro perdeu, mas o ideário – a doutrina bolsonarista – não. 

    Continua viva a nos assombrar.

    Nesta quarta, 12, o deputado federal general Girão teve a coragem de dizer que “respeita bastante” as “responsabilidades das mulheres”. E quais seriam elas? As de “procriação e harmonia da família”.

    Girão estava em um embate com a colega parlamentar Sâmia Bonfim, do PSOL, e resolveu por bem ofender milhões de mulheres do Brasil com o vergonhoso raciocínio.

    “A atitude da senhora a gente lamenta bastante. As mulheres têm responsabilidades, sim, e eu as respeito bastante, muito, porque elas são responsáveis pela procriação e pela harmonia da família. E a senhora não”, disse Girão.

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    Para além da luta de séculos por igualdade, que continua até os dias de hoje (Lula recentemente conseguiu a vitória no Congresso da equiparação dos salários entre homens e mulheres), é preciso saber de onde vem o raciocínio do parlamentar.

    Durante muito tempo a única virtude reconhecida das mulheres era a de reproduzir e a de criar os filhos. Nada mais. Era o tempo em que a mulher não tinha direito a voto, ou à educação, sendo classificada como “imbecilitus sexus”, o mesmo que menores de idade ou pessoas com alguma deficiência.

    Isso foi imposto ao Brasil, inclusive, pelos colonizadores portugueses, e mantido séculos depois em códigos civis.

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    General Girão praticamente disse a mesma coisa – após todas as lutas travadas pelas mulheres por séculos.

    Não era exagero quando historiadores e jornalistas classificavam o retrocesso dos últimos anos como civilizatório. A ignorância do deputado bolsonarista, mais uma vez, comprova isso.

    O Brasil testemunhou tantas ofensas de pessoas do poder às mulheres, a outros grupos discriminados, durante o governo Bolsonaro, que muitos acharam que isso era normal. Não é tolerável. E essa é a hora de os políticos e poderosos mudarem o comportamento. Por isso, o próprio Congresso tem que estudar punição. Para isso existe o Conselho de Ética.

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