O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve o seu pior momento desde 9 de dezembro, dia em que foi oficializado no cargo mais importante da Esplanada dos Ministérios.
Ao ser questionado no Palácio do Planalto sobre a possível criação de uma moeda única para o Mercosul, Haddad respondeu, segundo a Folha: “Que moeda única? Não existe moeda única, não existe essa proposta. Vai se informar primeiro”.
É um momento tão ruim, tão ruim, tão ruim que parece coisa do Jair Bolsonaro.
“Ah, também não exagera!”.
Não é exagero.
Responder jornalista assim é coisa de político despreparado e arrogante, como o ex-presidente (ufa!) fez incontáveis vezes.
O repórter que questionou Haddad foi preciso, certeiro.
Há dois dias, o embaixador da Argentina, Daniel Scioli, disse ter conversado com Haddad sobre uma moeda comum para o bloco regional durante reunião na sede do Ministério da Fazenda.
“Trabalharemos pela moeda em comum. Isso não significa que cada país não tenha a sua moeda, significa uma unidade para a integração e aumento de intercâmbio comercial em todo esse bloco regional”, disse o embaixador após estar com Haddad.
Essa ideia é ruim e já foi defendida por Paulo Guedes e pelo próprio ministro da Fazendo petista. Coincidentemente, mais ou menos na mesma época. Um em abril e o outro em maio do ano passado.
Já pensou o tanto de problema que o Brasil terá se fizer isso?
O Brasil tem reservas e uma inflação controlada. A Argentina não tem reservas e uma inflação descontrolada. As políticas macroeconômicas adotadas na região – e não só nesses dois países – são muito diferentes. O Brasil tende a perder porque tem uma moeda mais forte.
Não dá nem pra dizer “vai se informar primeiro, Haddad”! O ministro sempre foi muito educado com jornalistas e esse caso parece ser apenas um deslize.
Contudo, acendeu-se um sinal de alerta na governo Lula.