Pressionado pelas inúmeras suspeitas levantadas na Operação Contragolpe, Jair Bolsonaro apareceu nas redes sociais chorando nesta segunda, 25, ao lado do ex-ministro do Turismo Gilson Machado.
O líder da extrema-direita brasileira se emocionou ao ouvir uma música em sua homenagem e voltou a falar que o legado do seu governo é deixar uma marca com diversos valores pelo mundo, entre eles a liberdade.
É justamente esse ponto que não bate, não faz sentido, que a narrativa simplesmente não pára em pé.
O ex-presidente fez todo o possível contra a liberdade – e não só pelas décadas de culto aos horrores da ditadura militar sanguinária que comandou o Brasil por 21 anos, defendendo uma guerra civil que matasse 30 mil brasileiros, incluindo FHC.
Jair Bolsonaro incitou o golpe nos tempos atuais a ponto de o 8 de Janeiro acontecer – e antes mesmo da minuta golpista ser descoberta na casa de seu ex-ministro da Justiça ou de ser revelado o plano para assassinar seus adversários, envolvendo 36 integrantes do seu governo anterior.
É do DNA do ex-presidente, assim como é da raiz do bolsonarismo defender o golpe ou a abolição violenta do estado democrático de direito, crimes agora pelos quais ele foi indiciado em inquérito policial.
Aliás, nas conversas descobertas pela Polícia Federal fica evidente que queriam dar um golpe nos moldes de 64, o apoio que os militares tinham para rasgar a constituição brasileira e implementar uma ditadura por 21 anos.
A grande questão agora é se o ex-presidente conseguirá convencer a Justiça brasileira de que todo o plano homicida Punhal Verde e Amarelo contra Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes era apenas uma “histórinha” sem o seu envolvimento.
Mesmo que envolva seu chefe da Casa Civil e companheiro de chapa, seu ajudante de ordens, seu chefe do Gabinete de Segurança Institucional, seu ministro da Justiça, seu diretor da Abin, seu ministro da Defesa, seu secretário-geral da presidência, além de comandantes das Forças Armadas em seu governo… e por aí vai!