O Supremo Tribunal Federal (STF) tem mais uma difícil missão em relação ao deputado Daniel Silveira.
Nesta quarta, 4, o parlamentar se recusou a receber uma intimação para voltar a usar a tornozeleira eletrônica e iniciou um novo conflito dentro da história envolvendo suas falas antidemocráticas, sua condenação e, por último, seu indulto, o perdão presidencial.
Daniel Silveira tem uma estratégia clara e já conhecida dentro do bolsonarismo: ele cresce no tumulto. Quanto mais resiste ao STF, mais ganha apoiadores entre os radicais bolsonaristas. Quanto mais rebelde o deputado se mostra, mais fama ele conquista.
Agora, a Suprema Corte tem a difícil missão de responsabilizar Daniel Silveira da forma como deve, sem torná-lo um novo herói do bolsonarismo.
Para o parlamentar, uma prisão seria um trunfo e lhe daria a fama e a repercussão que ele deseja.
No entanto, Alexandre de Moraes e os demais ministros têm o dever de agir contra as ideias antidemocráticas compartilhadas pelo deputado.
Crescer no caos é uma tática já conhecida dentro do bolsonarismo. Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos ganharam visibilidade.
Falar absurdos que geram repulsa em quem defende a democracia e tem apreço por valores universais é uma das formas de ganhar mídia para que, na época das eleições, a extrema direita tenha esses nomes como referência.
É um plano perigoso, que reduz (e muito) o número de pessoas que quer votar nesses políticos, mas tem dado certo para o que eles pretendem.
Cabe ao STF parar esse movimento em desfavor da democracia e que fragiliza as instituições e o Brasil de forma geral.