Após o adiamento da votação do PL das fake news – que regulamenta a atuação das redes sociais no país em busca do combate aos discursos de ódio – o Legislativo, o Judiciário e o Executivo do país se uniram contra as big techs.
O que parecia uma vitória das redes sociais pode terminar como uma derrota.
A presidência da República tem trabalhado persistentemente pelo novo projeto de Lei, que enfrenta resistência nas alas de extrema-direita do Congresso.
Agora, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defensor do PL, entrou com uma notícia crime na Procuradoria Geral da República (PGR) denunciando o Google e Telegram por disseminarem fake news, interferindo diretamente – na opinião dele – na organização social do país.
A denúncia acontece após ambas as empresas dispararem mensagens e colocarem banners em suas plataformas acusando o projeto de censurar a liberdade de expressão do povo brasileiro – Lira alegou que há suspeitas de que essa movimentação tenha sido feita na tentativa de manter o poder econômico dessas empresas de tecnologia.
No mesmo dia, a PGR de Augusto Aras encaminhou para o STF um pedido de investigação contra os diretores do Google e do Telegram que tiveram participação na campanha de desinformação contra o Projeto de Lei.
O caso deverá ser julgado pelo ministro Alexandre de Moraes, que já determinou a suspensão do funcionamento do Telegram no país por algumas horas.
Em Brasília, o que se comenta é que a tentativa de interferir diretamente na política brasileira, feita pelo Google e Telegram, causou o efeito reverso: uniu os poderes numa missão para que as redes sociais respondam pela forma deliberada que desinformam a população.
O PL das fake news deverá ser votado na próxima semana. A luta contra o poder das big techs continua, mas – agora – com um fôlego extra.