O presidente Lula criou para si mesmo um problema de difícil solução: quem colocar no Ministério da Justiça após a indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal.
Se nomear o atual secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, fortalece demais o próprio Flávio Dino – fato que pode gerar reclamações na base do governo.
Se convidar o ex-ministro Ricardo Lewandowski, outro cotado para assumir a Justiça – só que separando a parte de Segurança Pública do ministério -, enfraquece muito pasta.
O PT quer o ministério, que está com uma GLO em pleno andamento na segurança pública, em parceria com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Mas, se o presidente decidir pelo PT, fortaleceria muito o partido dentro do Lula-3.
Chance de Tebet?
Outra opção é a Simone Tebet. Se escolher a ministra do seu primeiro escalão, a Polícia Federal será entregue ao MDB, o que o PT não aceita.
Com escolha dela, abre-se também um flanco no Ministério de Planejamento. Se for um nome muito a esquerda dentro do PT, poderá criar vários problemas para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que busca o déficit zero.
A opção de pegar alguém de casa, como Jorge Messias, da AGU, ou o Vinícius Carvalho, da Controladoria-geral da União, soluciona parcialmente o problema, mas também pode gerar ciúmes entre aliados de outras matizes.
O quebra-cabeças de Lula
De qualquer forma, nesse final de ano, Lula criou um quebra-cabeças de difícil solução, já que Dino é considerado insubstituível.
É a famosa expressão “cobertor curto”. A verdade é que não existe solução fácil para o problema.