O relator da CPI da Braskem, senador Rogério Carvalho (PT-SE), foi o entrevistado do programa Ponto de Vista, de VEJA. O parlamentar falou sobre os trabalhos na comissão que investiga possíveis irregularidades da petroquímica na extração de sal-gema, em Maceió. Mais de 60 mil pessoas já tiveram que deixar suas casas na capital alagoana por conta do afundamento do solo causado pela mineração. O parlamentar também comentou o projeto de lei que deve acabar com as “saidinhas” de presos.
O senador reclamou da falta de cooperação do Ministério de Minas e Energia em enviar dados pedidos pela CPI. Ele afirmou que fica “muito sentido” com o ministro Alexandre Silveira e que o ex-colega do Senado “deveria ter sido mais diligente para responder as demandas” da comissão. Carvalho também afirmou que o pedido foi reiterado e que espera que até semana que vem as informações cheguem. “Caso não seja enviado, a gente vai aprovar um requerimento de busca e apreensão”, disse.
“O que a gente quer são informações que nos permitam identificar quais foram as falhas cometidas pelos órgãos de controle, pelos órgãos fiscalizadores neste caso da Braskem”, afirmou o senador, acrescentando que “alguém no ministério não quer repassar essas informações porque talvez isso revele as falhas que foram cometidas ao longo dos anos”. “O caso Braskem precisa ser visto como um caso sentinela. Porque já é sabido que foi a própria exploração fora da regra da sal-gema que gerou essa situação, que deu causa a essa tragédia urbana, social, econômica e ambiental”, salientou.
Fim das “saidinhas”
Sobre o projeto de lei que praticamente acaba com as “saidinhas” de presos, Carvalho reiterou sua posição contrária e chamou a medida de “populista” e de “enganação terrível à sociedade”. O senador ponderou, contudo, que a proposta deve ser sancionada pelo presidente Lula.
“Eu tive uma posição muito clara. Eu não só me posicionei contra publicamente, como fiz um debate com o relator. Acho que é uma medida absolutamente populista, acho que isso vai piorar o ambiente interno dentro das prisões. É uma medida para quem tem o direito para progressão de pena que restabelece conexão do preso com familiares e a sociedade, 95% em média retornam ao presídio. E essa parte que não retorna geralmente é porque está sendo obrigada pelo crime”, opinou o senador.
“Eu acho um erro e de um populismo, uma enganação terrível à sociedade. Não é essa questão que vai diminuir a criminalidade no Brasil. A maioria sabe, mas faz um discurso fácil pra quem está desatento e não está acompanhando o debate. O papel do Parlamento não é se curvar ao mais fácil”, concluiu.
O programa, apresentado por Marcela Rahal, também vai abordar as principais notícias do dia com o colunista Matheus Leitão.
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