No decorrer das negociações para a resolução apresentada pelo Brasil do conflito entre Israel e Hamas, no Conselho de Segurança, os EUA chegaram a pedir para que o Brasil adiasse a votação do texto para depois da saída do presidente Joe Biden do território israelense.
A coluna apurou que o país, no entanto, não se comprometeu a votar a favor da proposta. O Brasil então resolveu colocar pra votação mesmo assim. O resultado foi que 12 países foram a favor, dois se abstiveram e os Estados Unidos vetaram o texto. O país, como tem assento permanente, é um dos cinco que têm poder de veto.
Logo após a votação, EUA conseguiram aprovar direto com Israel a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Uma das principais propostas feitas pelo Brasil.
Como presidente temporário do conselho da ONU, a chancelaria brasileira discutiu amplamente com os 15 países membros até chegar a um consenso, pelo menos, na pauta humanitária.
A questão foi vista pelo governo brasileiro como uma forma dos EUA de tentarem ganhar protagonismo na negociação. Segundo uma fonte do Itamaraty, Biden ficará agora com o “ônus político do que vem pela frente e com a responsabilidade de produzir avanços bilateralmente”, num conflito extremamente complexo.