O ministro da Fazenda entrou nos trending topics do X, que são os assuntos mais comentados da rede social, nesta terça-feira, 16, protagonizando uma série de memes apelidados de “Taxad” criticando Fernando Haddad por supostas propostas de criação de impostos. Imagens humorísticas associam o ex-prefeito de São Paulo a, por exemplo, chamada “taxa das blusinhas”, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula, que aumenta para 20% os impostos em compras de sites internacionais até 50 dólares. Vale lembrar que a proposta foi do Legislativo.
O fato tem sido visto até com “bom humor”, segundo interlocutores do ministério, mas que veem com estranheza a suposta criação dessa onda de memes na internet, – parece até “coisa encomendada” o surgimento da quantidade expressiva de posts.
O movimento começou há alguns dias e foi reforçado pela oposição, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na postagem publicada na semana passada, o parlamentar diz: “O céu é o limite para Taxxad!* Se ele criar mais um imposto, vamos mudar o nome do Brasil para Taxxadiqstão, em homenagem a essa lenda da carga tributária”.
A Fazenda vê, no entanto, que a política adotada até aqui contradiz de forma muito consistente qualquer crítica nesse sentido. Como exemplo, citam: tributação de offshores e fundos exclusivos, cashback para os mais pobres na reforma tributária, Carf, política de valorização do salário mínimo, isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos, ampliação do Bolsa-família, etc.
Ao mesmo tempo, outro movimento chamado “Haddad é outro nível” repercutiu nas redes sociais, elogiando o trabalho do ministro em relação aos mais pobres.
O fato é que a gente já viu essa história acontecer no PT quando a ex-prefeita Marta Suplicy foi apelidada de “Martaxa”, por adversários na campanha de 2004, pela criação das taxas de luz e lixo. A pecha pegou e pesou na sua derrota à reeleição na capital paulista. Se o Palácio do Planalto não se defender nas redes sociais para estancar a sátira expondo Haddad ao personagem taxador de impostos, o apelido pode pegar, não só para o ministro, mas para todo o governo.