Brasil cita “cinismo” de Israel em ataque a Gaza e pede fim de “genocídio”
O Itamaraty, por meio de nota, condenou nesta sexta-feira, 1º, a ação do país contra palestinos que estavam em fila de ajuda humanitária
O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota oficial nesta sexta-feira, 1º, condenando a ação de Israel que resultou na morte de mais de 100 palestinos e centenas de feridos que aguardavam para receber comida na Faixa de Gaza. “O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, diz o texto.
Horas após o massacre, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, afirmou que a ação dos militares foi “excelente” e pediu o fim da ajuda humanitária para os palestinos até que os reféns israelenses sejam libertados. Ainda segundo o governo, os militares teriam reagido em defesa própria e para evitar que os caminhões fossem saqueados.
O Itamaraty condenou a ação contra milhares de palestinos que passam fome e criticou o “cinismo” do governo israelense elogiando o ataque.
No dia 18 de fevereiro, durante viagem à Etiópia, Lula chegou a comparar a ação israelense em Gaza com o holocausto. A fala gerou uma forte reação de Israel, que declarou o presidente como persona non grata. O petista agora tem dito que não usou a expressão.
No episódio, Lula falou: O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Segundo fontes do Itamaraty, o presidente tem tentado agora se reposicionar em relação ao conflito, classificando a atuação de Israel como genocídio. Ainda na nota de hoje, o ministério reafirmou o entendimento do país.
“O Governo brasileiro recorda a obrigatoriedade da implementação das medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça, em 26 de janeiro corrente, que demandam que Israel tome todas as medidas ao seu alcance para impedir a prática de todos os atos considerados como genocídio, de acordo com o Artigo II da Convenção para a Prevenção e a Repressão e Punição do Crime de Genocídio”, diz o texto.