Após rumores, Fazenda mantém aposta em Galípolo para presidir BC
Técnicos do ministério também sinalizam que a nomeação do ex-secretário-executivo da pasta deve ser adiantada para agosto

Mesmo após duras críticas do presidente Lula à decisão unânime do Banco Central em manter a taxa Selic em 10,5% ao ano, técnicos do Tesouro ouvidos pela coluna veem como certa a indicação do diretor de política monetária da autarquia, Gabriel Galípolo, para a presidência da instituição.
O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, indicado por Lula para a diretoria do banco, votou a favor da manutenção da taxa básica de juros, acompanhando o atual presidente Roberto Campos Neto, desafeto do petista.
A avaliação na pasta era de que a situação de Galípolo era delicada, qual fosse a sua decisão, seria criticada por ambos os lados. Mas o voto do diretor do BC foi visto como uma espécie de “habeas corpus” para o mercado que sinaliza que “não será leniente com a inflação”, caso seja escolhido para assumir a presidência do banco a partir do ano que vem.
O entendimento do próprio Ministério da Fazenda foi o de que o voto do ex-secretário foi acertado e técnico. Na semana passada, Lula chegou a usar os termos “maduro” e “calejado” para falar sobre o perfil do próximo presidente do BC, o que gerou especulações sobre a possibilidade de outros nomes para o cargo.
Segundo fontes ouvidas pela coluna, isso pode ser até uma estratégia para não expor Galípolo. Além disso, a expectativa é de que o anúncio do novo presidente deve ser adiantado para agosto. Seria uma forma de fazer com que o mercado tenha mais tempo de absorver o nome do ex-secretário.