O presidente Lula resolveu não alardear a entrada do Centrão no governo. Fez a cerimônia de posse dos novos ministros a portas fechadas, sem imprensa nem convidados. Também depois de dois meses de desgastes políticos para definir onde PP e Republicanos seriam alocados na Esplanada dos Ministérios, é de se entender que não queira fazer festa, pois não tem motivos para comemorar.
A saída de Ana Moser do Ministério do Esporte para dar lugar ao deputado André Fufuca (PP-MA) caiu mal, bem mal. O presidente também teve de trocar de cadeira o aliado Márcio França para acomodar o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), no Ministério de Portos e Aeroportos. Restou para o ex-governador de São Paulo o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Na agenda do presidente, só constava o encontro, sem mencionar a posse dos novos ministros. O fato gerou mal-estar. Até porque, há dois meses, o deputado Celso Sabino, do União Brasil, foi recebido com cerimonia aberta, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, para assumir a pasta do Turismo, depois que Daniela Carneiro deixou o cargo.
Ninguém esperava que fosse amor à primeira vista, mas não fizeram nem questão de esconder o desgosto pela aliança. O governo teve de abrir espaço para conseguir a chamada governabilidade. Os partidos têm dito, no entanto, que vão manter uma linha independente nas votações. Por outro lado, a perspectiva é que o Executivo ganhe mais, pelo menos, 60 votos na Câmara.
Parece mais um namoro forjado. Só resta saber em quanto tempo deve acabar.