Preso em flagrante na manhã desta quinta, 8, sob acusação de porte ilegal de arma de fogo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deve passar a noite detido e ser submetido apenas amanhã, sexta, sem horário definido, a uma audiência de custódia. O líder partidário foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal em Brasília, no âmbito de operação relacionada aos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. Na chegada ao endereço, os agentes encontraram a arma. Na sequência, a PF informou ter achado no local também uma pedra, recolhida para comprovação de que se trataria de uma pepita de ouro bruto, cuja comercialização não é regulamentada no Brasil.
De acordo com o advogado do presidente do PL, Marcelo Bessa, “a arma é registrada, tem uso permitido e pertence a um parente próximo”. A defesa informou ainda que a mesma foi “esquecida há vários anos no apartamento de Valdemar”. Mas a defesa não divulgou nenhum documento que confirmasse de quem é a posse.
Sobre a pepita, Bessa afirmou que a pedra tem baixo valor e sua posse não configura delito, segundo a própria jurisprudência. “Como pode alguém ser detido por ser portador de uma pedra guardada há anos como relíquia e que, segundo a própria auditoria da Polícia Federal, vale cerca de 10 000?”, questionou.
Segundo declaração feita pelas redes sociais pelo também advogado Fabio Wajngarten, que compõe a equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, a perícia apontou que a pepita tem 95,26% de grau de pureza e pesa 39,18 gramas. Em seguida, minimizou a apreensão afirmando que a pedra, de acordo com o valor do grama do ouro, valeria 12.676,56.
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Apesar de não ter relação direta com a operação que investiga a tentativa de golpe comandada por aliados do ex-presidente, a prisão de Valdemar já levou o senador do PT, Humberto Costa (PE), a pedir ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, a abertura de uma investigação contra o PL. O petista se baseia também no despacho que autorizou a busca e apreensão contra o dirigente e a sigla. Assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, o documento mostra que investigados se reuniam em imóveis alugados pelo PL para debater o plano de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
No ofício encaminhado a Paulo Gonet, Humberto Costa diz que o cacique do PL, Valdemar Costa Neto, foi o “principal fiador” de questionamentos à lisura do processo eleitoral. O petista questiona se foram usados recursos do fundo partidário para financiar “atividades delituosas”.
Vice-presidente do partido, o deputado Capitão Augusto (SP) afirmou que a legenda confia na liderança do dirigente. “Valdemar Costa Neto lidera o Partido Liberal com visão e dedicação, reafirmando os valores conservadores no Brasil. Sua condução estratégica fortalece o partido como voz principal dos brasileiros. Confiamos em sua liderança para superar desafios e manter a unidade”, escreveu.