A candidata à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB), criticou o movimento de “frente ampla” lançado em defesa do chamado voto útil em Guilherme Boulos (PSOL) no primeiro turno das eleições.
Divulgado na segunda-feira, 30, o “manifesto” reúne juristas, artistas e intelectuais e afirma que a cidade está diante de uma “ameaça à democracia” e prega que, para freá-la, é necessário alçar Boulos ao segundo turno. “Hoje, Guilherme Boulos é o candidato com as melhores condições de evitar um segundo turno entre Nunes e Marçal”, diz a carta.
Após debate realizado pela TV Globo na noite desta quinta-feira, 3, Tabata classificou o documento como um “desrespeito”, fez menção à rejeição dos adversários e disse que o movimento é a sintetização do “voto inútil”.
“O que me deixou de boca aberta foi aquele manifesto que fizeram, que é um desrespeito para com os meus eleitores. É você virar e dizer: ‘Olha, a campanha do Boulos tá fraca, tá desanimada, um dinheirão danado e não saiu do lugar. Então vocês, eleitores da Tabata, agora são obrigados a abrir mão da convicção de vocês'”, declarou.
“E tem um bônus: é o risco de colocar alguém no segundo turno para perder. A nossa resposta imediata foi: esse é o voto inútil (…) Voto útil é voto estratégico. O que que o Boulos quer? O que a campanha dele quer? Perder com mais honra no segundo turno? Um grande desrespeito, e é sempre isso”, disse a jornalistas.
Manifesto
Assinado por apoiadores estrelados, entre eles Celso Bandeira de Mello, Frei Betto e Ivo Herzog, o manifesto da “frente ampla” a favor de Boulos faz menção à disputa presidencial de 2022 e alerta para o combate à ainda latente força do bolsonarismo no país.
“A situação de São Paulo é preocupante, porque estamos diante do risco da passagem ao segundo turno de dois candidatos do campo bolsonaristas: Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Um resultado como este representaria a consagração, pelo voto popular, da violência política, do negacionismo científico, do descaso com os mais pobres”, diz trecho da carta.
“A frente ampla que impediu Bolsonaro de permanecer no poder precisa se levantar novamente para evitar que este segundo turno de consagração do bolsonarismo aconteça”, prossegue o documento.