Suspeito de compor ‘gabinete do ódio’ de Bolsonaro apaga conta no Twitter
Tércio Arnaud Tomaz foi exonerado do governo Bolsonaro em 30 de dezembro

Apontado como membro do chamado “gabinete do ódio” do governo de Jair Bolsonaro, o ex-assessor especial Tércio Arnaud Tomaz deletou a sua conta do Twitter. Ele era ativo na rede social e costumava fazer publicações contra a esquerda e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Arnaud se descompatibilizou do cargo para disputar a eleição como primeiro suplente de Bruno Roberto (PL), candidato ao Senado pela Paraíba. Ele foi renomeado como assessor um dia depois do pleito e exonerado novamente no fim do mandato de Bolsonaro, na edição de 30 de dezembro do Diário Oficial da União.
O assessor é apontado em investigação no Supremo Tribunal Federal como um dos principais líderes do “gabinete do ódio”, grupo formado por membros do governo e apoiadores de Bolsonaro para atacar adversários e espalhar desinformação nas redes sociais. Em depoimento no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, Arnaud confirmou à Polícia Federal que repassava vídeos do presidente para os responsáveis pelo canal do YouTube Foco do Brasil, alvo de mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF.
Tércio conheceu Bolsonaro em 2017, quando administrava a página de humor “Bolsonaro Opressor 2.o”. Ele também é próximo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) — responsável pela estratégia digital do ex-presidente e também apontado como chefe de uma milícia digital — e foi nomeado para trabalhar no gabinete do parlamentar na Câmara Municipal do Rio em 2017.
O aliado de Bolsonaro também foi investigado pela CPI da Pandemia, suspeito de espalhar notícias falsas sobre a pandemia. Ele teve o sigilo telefônico e telemático quebrado por decisão da ministra Rosa Weber, do STF.