O coach Pablo Marçal (PRTB) foi o único pré-candidato a crescer fora da margem de erro na corrida pela prefeitura de São Paulo entre maio e junho, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira, 25, pelo instituto Paraná Pesquisas. A sua entrada na disputa levou tensão à campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que teme perder parte do seu eleitorado mais à direita para o novo competidor.
De acordo com o levantamento divulgado hoje, Nunes tem 28,5% das intenções de voto, seguido por Guilherme Boulos (PSOL), que tem 25,9%, e Marçal, com 10,0%. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos – leia a pesquisa completa aqui.
No levantamento anterior, de maio, Marçal tinha 5,1% das intenções de voto — ou seja, em um mês, dobrou a sua intenção de voto. A sua entrada na disputa fez o entorno de Nunes acelerar a confirmação do coronel da reserva Ricardo Mello Araújo como vice na chapa. Indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele é a aposta para evitar uma sangria de votos de eleitores simpatizantes do bolsonarismo, que são considerados essenciais pelo prefeito para obter um novo mandato.
Caso Marçal consiga superar Nunes no primeiro turno – o que hoje parece muito difícil –, a direita pode perder a eleição, porque o coach hoje seria batido com alguma facilidade por Boulos: ele teria 29,3% das intenções de voto contra 45,5% do candidato do PSOL. Nesse cenário, um quarto do eleitorado não se identifica de imediato com nenhum dos postulantes: 15,7% afirmaram que votariam em branco, nulo ou nenhum, enquanto 9,4% não souberam ou não responderam.
O desempenho de Marçal no segundo turno seria pior que o da deputada Tabata Amaral (PSB), que teria 34,0% contra 40,0% de Boulos, quase um empate na margem de erro. Outros 17,3% disseram que votariam em branco, nulo ou nenhum, enquanto 8,7% não souberam ou não responderam.
O único hoje que pode bater Boulos no segundo turno, segundo a pesquisa, é Ricardo Nunes: ele teria 49,0% das intenções de voto contra 33,9% do deputado. Nesse cenário, 9,9% disseram que votariam em branco, nulo ou nenhum, enquanto 7,1% não souberam ou não quiserem responder.
A pesquisa ouviu 1.500 eleitores na cidade de São Paulo entre os dias 19 e 24 de junho.