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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Sumaré: candidato do PT a prefeito é acusado de fraudar diploma de Direito

Universidade nega ter validado a graduação do vereador Willian de Souza em 2020; faculdade citada foi descredenciada pelo MEC em 2018

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 out 2024, 15h52 - Publicado em 16 out 2024, 15h42

O vereador Willian de Souza (PT), candidato à prefeitura de Sumaré, no interior de São Paulo, foi denunciado à Justiça Eleitoral por suposta fraude documental no diploma de Direito usado no registro de sua candidatura.

A reportagem de VEJA teve acesso à notícia-crime enviada à 362ª Zona Eleitoral de Sumaré na noite da última terça-feira, 15. De acordo com a denúncia, o diploma de Willian foi emitido em 2020 pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (FALC), descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2018 e proibida, à época, de expedir comprovantes de graduação

A ação pede a abertura de inquérito do Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o candidato por falsificação de documento, crime previsto no artigo 353 do Código Eleitoral. “Estão claramente caracterizados os indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva, sendo a conduta ainda mais grave quando o representado utiliza o falso título para se diferenciar dos demais concorrentes”, escreve a advogada Renata Costa Ataide, que assina a denúncia.

Universidade citada nega vínculo com a FALC

No diploma apresentado por Willian de Souza, o curso de Direito da FALC é citado como conveniado à Universidade Estadual do Amapá (UEAP), que assina a validação do documento junto ao MEC.

No entanto, a universidade amapaense afirma que não reconhece o vínculo com a faculdade e nega a validade do documento. “Não foi encontrado processo de credenciamento da FALC neste setor da UEAP. Logo, não há como ter sido feito o registro de diploma desta IES [Instituição de Ensino Superior] pela UEAP”, diz a instituição em declaração incluída no processo.

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Em junho de 2024, cinco servidores da UEAP foram indiciados por corrupção no âmbito de uma investigação de venda de diplomas falsos. O inquérito, instaurado pela Polícia Civil do Amapá em 2021, aponta uma organização criminosa que teria lucrado mais de 12 milhões de reais com a comercialização de cerca de 62 mil comprovantes de graduação forjados.

Outro fato destacado pela denúncia é o curtíssimo prazo entre a emissão do diploma pela FALC, em 5 de dezembro de 2020, e a suposta validação pela UEAP, em 8 de dezembro do mesmo ano — na prática, apenas três dias se passaram entre expedição e autenticação do documento por instituições situadas a cerca de 8.000 quilômetros de distância.

O que diz o candidato

A reportagem de VEJA entrou em contato com a assessoria do vereador Willian de Souza e aguarda um posicionamento do candidato sobre a denúncia.

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Corrida à prefeitura

William Souza (PT), que foi o vereador mais votado em 2020, disputa o segundo turno da eleição em Sumaré contra o ex-deputado e vice-prefeito Henrique do Paraíso (Republicanos). No primeiro turno, Henrique teve 44,41% dos votos válidos contra 31,50% do petista.

Souza tem na sua coligação partidos de esquerda — além do PT, o PCdoB, o PV, o PDT e o PSB — e siglas como União Brasil, Avante e PRD. Ele se apresenta como o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade.

Já Henrique do Paraíso tem em sua aliança, além do Republicanos, os partidos PL, MDB, Solidariedade, Podemos, PMB, AGIR e DC.

 

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