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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Sem cargo, Kalil é o cabo eleitoral mais disputado em Belo Horizonte

Ex-prefeito, que deixou o posto com alta taxa de aprovação, resiste em declarar apoio ao sucessor e tem conversado com pré-candidatos de diferentes partidos

Por Valmar Hupsel Filho 3 jun 2024, 10h04
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  • Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Muito menos o governador Romeu Zema (Novo), o deputado federal Aécio Neves (PSDB) ou o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD). O apoio político mais disputado entre os pré-candidatos deste ano à prefeitura de Belo Horizonte é o do ex-prefeito da capital, Alexandre Kalil.

    Ex-presidente do Atlético Mineiro, Kalil elegeu-se prefeito em sua primeira disputa por cargo eletivo, e reelegeu-se em primeiro turno. Governou a capital mineira entre 2017 e março de 2022, quando, empolgado com a alta taxa de aprovação, renunciou ao cargo para concorrer ao governo do Estado. Foi, no entanto, derrotado por Zema, que tentava a reeleição — mesmo assim, teve quase 43% dos votos na capital.

    Quem assumiu o seu lugar foi o vice, Fuad Noman (PSD), que hoje patina nas pesquisas, principalmente por ser desconhecido de boa parte do eleitorado e por não ter disputado nenhuma eleição ainda como cabeça de chapa — leia reportagem da edição desta semana sobre a eleição em Belo Horizonte e em Minas Gerais.

    O espólio eleitoral de Kalil, entretanto, permanece forte na capital mineira. “Alexandre Kalil é um ator muito importante neste ano, numa disputa em que a prefeitura é bem avaliada, mas o prefeito é desconhecido, não há definição clara de qual é a candidatura que representa o governo estadual, e a polarização nacional tem peso relativo”, avalia o cientista político Malco Camargos, diretor do Instituto Ver. Por isso, enquanto se dedica a brincar com os netos, Kalil vem conversando com todas as forças políticas do estado, à exceção da extrema direita, diz.

    O cenário eleitoral em Belo Horizonte está embolado, e as pesquisas de intenção de votos apontam para uma corrida acirrada. A disputa pela cadeira hoje ocupada pelo prefeito Fuad Noman (PSD), que tentará a reeleição, tem ao menos dez pré-candidaturas lançadas: o deputado Bruno Engler (PL), o senador Carlos Viana (Podemos), o deputado estadual e apresentador de TV, Mauro Tramonte (Republicanos), o deputado federal Rogério Correia (PT), a deputada federal Duda Salabert (PDT), a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol), o deputado estadual João Leite (PSDB), o ex-vice-governador Paulo Brandt (PSB), o presidente da Câmara de Vereadores, Gabriel Azevedo (MDB) e a secretária estadual de Planejamento e Gestão, Luiza Barreto (Novo).

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    O caminho natural de Kalil seria pela declaração de apoio a Fuad Noman, que é do mesmo partido e representa a continuidade da gestão. Com apenas dois anos e dois meses de gestão à frente da prefeitura, Noman vê no apoio de Kalil a possibilidade de atacar seu principal passivo: a alta taxa de desconhecimento junto à população. “Nossa estratégia será apresentar as obras feitas pela a prefeitura e dizer quem é o responsável por elas”, disse Noman.

    Kalil, no entanto, resiste em declarar apoio a algum pré-candidato neste momento, e segue tendo conversas políticas com os demais pré-candidatos. Sobre um eventual apoio a Noman, diz que se sente confortável para tomar qualquer decisão. Segundo Kalil, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, o deixou à vontade para decidir o que achar mais conveniente.

    Ao falar do não alinhamento direto com Noman, ele lembra que, em 2022, quando concorreu ao governo, não recebeu apoio do prefeito que ficou no seu lugar. “Naquela ocasião ele disse que estava muito ocupado com a prefeitura”, disse. Fuad Noman diz que entende qualquer decisão que Kalil tomar. “Respeito a posição dele e isso não vai afetar nossa relação”, disse.

    O ex-prefeito diz que vem conversando com os mais diversos setores para a construção de uma ampla aliança, com vistas para as eleições majoritárias de 2022. Suas pretensões de concorrer novamente ao governo de Minas, no entanto, podem bater de frente com a de Rodrigo Pacheco, é do mesmo partido e também está se movimentando para viabilizar uma eventual candidatura ao governo de Minas.

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