Mesmo após o acidente doméstico que lesionou a região da nuca do presidente da República, petistas da coordenação da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) para prefeito de São Paulo ainda acreditam que Luiz Inácio Lula da Silva irá para a capital paulista em um último ato antes do segundo turno das eleições municipais.
Segundo os petistas, a orientação médica é não fazer viagens longas, o que fez com que o presidente cancelasse a ida à Cúpula do Brics, na Rússia. No entanto, percursos mais próximos não estão descartados. O evento em São Paulo está marcado para sábado, 26, véspera do dia da votação.
No primeiro turno, Lula subiu em um carro ao lado de Boulos e Marta Suplicy (PT), candidata a vice-prefeita, em uma caminhada pela Avenida Paulista. Por causa da lesão do petista, desta vez o ato não terá tanta movimentação. O presidente sugeriu que a organização da campanha escolhesse um bairro estratégico na periferia para um comício. O palco deverá ser montado em Heliópolis, na Zona Sul da cidade.
“Ele vem e isso anima a nossa militância, põe fogo na turma. Dizer que o Lula está vindo significa que aqui tem chance”, disse o deputado estadual do PT e coordenador da campanha de Boulos, Simão Pedro.
O último levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado nesta terça-feira, 22, mostra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), com 51,7% das intenções de voto, enquanto Guilherme Boulos tem 39,6%, uma diferença de 12,1 pontos percentuais. Os dados são próximos dos trackings da campanha do psolista, que aposta que o cenário não é irreversível.
As apostas estão no périplo que Boulos está fazendo pela cidade; num ato que ocorre na noite desta terça-feira com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Márcio França, ambos do PSB, sigla que disputou o primeiro turno representada por Tabata Amaral; e no último debate televisivo organizado pela TV Globo na próxima sexta-feira, 25. Nos cálculos da campanha, para chegar à eleição é necessário virar 300.000 votos na reta final.
O acidente de Lula
O presidente caiu no banheiro do Palácio da Alvorada na noite de sábado, 19. Ele foi submetido a exames de ressonância magnética que detectaram dois coágulos no cérebro, mas a hemorragia não deve gerar maiores problemas, segundo o médico de Lula, Roberto Kalil.
O petista passou por novos exames nesta terça-feira, 72 horas após a queda, o que é comum nesse tipo de acidente. A nova avaliação liberou o presidente para manter a rotina. “O exame de imagem está estável em comparação ao anterior, com a programação de realizar novo exame de controle em 72h. Encontra-se apto a exercer sua rotina de trabalho”, diz o boletim médico.