Quando o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) aliou-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma das expectativas de ganho eleitoral para o petista era que o ex-tucano conseguisse quebrar a tradicional resistência ao petismo em São Paulo, já que ele governou o estado por quatro mandatos e tem grande influência junto a políticos do interior.
Mas o desafio não é fácil. E um exemplo disso foi a votação em Pindamonhangaba, cidade natal de Alckmin, onde ele foi vereador e prefeito antes de decolar para a política nacional. Lá, o ex-tucano foi derrotado amplamente em todas as frentes em que atuou.
Na eleição nacional, Jair Bolsonaro (PL) teve 56,13% dos votos válidos contra apenas 32,73% de Lula, placar mais dilatado até do que a média do estado, onde o atual presidente teve 47,71% contra 40,89% de Lula.
Já na disputa ao governo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) teve 48,84% dos votos válidos contra 27,96% de Fernando Haddad (PT) para quem Alckmin pediu votos. De novo, a vantagem bolsonarista foi maior que a registrada no estado.
E, para finalizar, Alckmin não conseguiu nem ajudar o antigo parceiro, o ex-governador Márcio França (PSB), que disputava o Senado. Em Pindamonhangaba, o socialista teve 28,71% dos votos válidos contra 58,77% do ex-astronauta Marcos Pontes (PL).
O desempenho em Pindamonhangaba, um colégio eleitoral médio, de cerca de 96.000 votantes, mostra o tamanho do desafio de Alckmin nesse segundo turno. Uma das estratégias centrais da campanha de Lula é ampliar a votação em Lula e Haddad em São Paulo e para isso conta com o trabalho decisivo do ex-tucano na busca dos votos que foram dados a Rodrigo Garcia (PSDB) no primeiro turno.
Alckmin, como se vê, terá muito trabalho pela frente.