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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Relatório aponta 35 homicídios e 311 casos de violência ligados à eleição

Dados foram divulgados pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral no Brasil, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 3 out 2024, 21h11 - Publicado em 3 out 2024, 19h14

De janeiro a outubro deste ano foram registrados 35 homicídios e 53 tentativas de assassinato diretamente relacionados às eleições municipais. Os números são da Nota Técnica divulgada nesta quinta-feira, 3, pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral no Brasil da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Segundo o relatório, ao todo foram computados no período 311 casos de violência contra lideranças políticas que disputam cargos municipais ou seus familiares.

Os dados mostram aumento de casos à medida que vai se aproximando o dia da votação. Dos 311 registros em 2024, 232 ocorreram nos últimos dois meses, sendo 149 em setembro e 83 em agosto.

Mais da metade, 167 (53,7%), dos episódios registrados pelo relatório são de violência física, como a cadeirada que José Luiz Datena (PSDB) deu em Pablo Marçal (PRTB) durante o debate da TV Cultura entre candidatos à prefeitura de São Paulo, em 16 de setembro.

Em seguida, com 84 episódios (27%), aparece a violência psicológica, composta por diferentes formas de ameaças e intimidações. O relatório aponta ainda 32 casos (10,3%) de violência econômica (retenção de recursos financeiros, vandalismo, roubo ou qualquer outra maneira de enfraquecer economicamente um ator político), 26 casos (8,4%)  de violência semiótica (uso de palavras, imagens, linguagem corporal para promover a agressão) e dois casos de violência sexual.

Segundo o relatório, São Paulo é o estado onde houve o maior número de registros: 50. Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 43 casos de violência. O Rio também é destaque nos casos mais graves, com 17 casos, sendo nove deles na Baixada Fluminense.

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Bahia (29), Ceará (24) e Paraíba (22), completam o quadro de estados que registraram mais de 20 episódios de violência eleitoral neste ano. Foram registrados casos em 25 unidades da federação.

Quando os registros são distribuídos por regiões, no entanto, o Nordeste concentra quase a metade (42,4%) dos casos registrados neste ano. Foram 132. O Sudeste, com108 episódios (34,7%), aparece em seguida.

Filiação partidária 

Ao analisar a filiação partidária das vítimas de violência relacionada à disputa eleitoral, o relatório da Unirio aponta que 23 legendas tiveram ao menos um pré-candidato ou candidato como alvo no período. O União Brasil lidera o ranking com 38 episódios (12,2%), seguido pelo PT, com 36 (11,6%); MDB, com 34 (10,9%); PL, com 34 (10,3%); PSD, com 25 (8%); PSB, com 21 (6,8%) e PP, com 20 (6,4%).

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Para o coordenador do Observatório, Miguel Carnevale, os números apontam um recrudescimento dos episódios violentos relacionados às eleições. “A violência política tem sido uma realidade nos últimos anos. Não há uma mudança deste cenário. Há sim um aumento dos casos”, disse.

Segundo ele, o episódio da cadeirada de Datena em Marçal é simbólico do que ocorre neste ano. “O caso da cadeirada é um marco da exposição da violência política, uma vez que ocorreu em um ambiente formal, com transmissão ao vivo na TV. É a continuidade de casos que preocupa há tempos”, disse.

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