Digital Completo: Assine a partir de R$ 9,90
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Relato de propina por delator do PCC derruba diretor do Deic em SP

Fábio Pinheiro Lopes, que chefiava um dos principais departamentos da polícia, foi acusado por Antonio Gritzbach, morto a tiros no aeroporto de Guarulhos

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 20 dez 2024, 18h09 - Publicado em 20 dez 2024, 16h54

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo determinou nesta sexta-feira, 20, o afastamento dos delegados Fábio Pinheiro Lopes, conhecido como Fábio Caipira, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) — um dos principais órgãos da polícia paulista —, e Murilo Fonseca Roque, do 3° Distrito Policial de São Bernardo do Campo. Os dois foram citados na delação do empresário Antonio Vinícius Gritzbach pouco antes de ser assassinado a tiros no aeroporto de Guarulhos, em novembro passado — sua delação também envolveu a facção criminosa PCC.

Ao Ministério Público, Gritzbach relatou que os dois policiais e o deputado estadual Delegado Olim (PP) teriam recebido propina, no valor de 4,2 milhões de reais, para que ele tivesse ajuda na restituição de seu passaporte, que havia sido apreendido, e de bens bloqueados durante uma investigação sobre lavagem de dinheiro da qual era alvo, além da garantia de que responderia o processo em liberdade.

Em nota, o deputado Delegado Olim repudiou a citação a seu nome e negou ter tido qualquer relação com o delator. “Não conheço, nunca estive ou recebi pessoalmente o senhor Vinicius Gritzbach. Não mantive qualquer contato próximo ou imediato com essa pessoa. Nunca intermediei ou atuei pela gestão de procedimentos judiciais ou extrajudiciais a respeito dele, que só soube existir quando do seu homicídio, publicamente divulgado, no aeroporto de Guarulhos”, afirmou. A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Fábio Pinheiro Lopes e de Murilo Fonseca Roque.

Em nota, a SSP informou também que, além dos dois delegados afastados, a delegada Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez solicitou o desligamento da Corregedoria da Polícia Civil e se colocou à disposição da instituição para seguir em outro setor, o que deve ocorrer na próxima semana. Rosemeire Monteiro foi citada por Gritzbach quando ele descrevia infrações que teriam sido cometidas pelo investigador da Polícia Civil Eduardo Lopes Monteiro,  sobrinho da corregedora. Em troca de mensagens obtidas pelos investigadores, Monteiro se gaba de cometer infrações sem ser punido e atribui isso ao grau de parentesco com a corregedora.

Segundo relatório da Polícia Federal, o policial pode ter se beneficiado dessa relação. “De fato, o investigado EDUARDO LOPES MONTEIRO pode ter algum privilégio na corporação policial pelo parentesco com a atual chefe da Corregedoria Geral da Polícia Civil, como também pode existir o envolvimento de outros policiais compondo uma organização criminosa no seio da instituição policial, em especial na DELEGACIA DE REPRESSÃO A HOMICÍDIOS MÚLTIPLOS (DHPP)”, diz trecho do relatório.

Continua após a publicidade

Na delação, Gritzbach relatou diversas ocasiões em que Eduardo Monteiro teria recebido dezenas de milhões de reais em propinas para libertar e não indiciar criminosos. O empresário relatou que ele mesmo foi extorquido por Monteiro e outros dois policiais, Fabio Baena e Rogério de Almeida Felício, após ser preso em 2022, por suspeita de envolvimento no assassinato de dois integrantes do PCC. Griztbach afirmou que os três policiais o forçaram a entregar a eles um sítio no valor de 1,5 milhão de reais, além de não devolverem relógios de alto padrão que haviam sido apreendidos.

Com ajuda do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a PF identificou uma movimentação atípica nas contas do policial. Segundo os investigadores, embora tenha um salário bruto de quase 12.000 reais, Monteiro é sócio de três empresas, uma de construção e incorporação, uma concessionária de veículos e uma clínica médica em sociedade com a esposa. Monteiro foi um dos quatro policiais presos na terça-feira, 17, sob suspeita de elo com o PCC.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.