Quem é o polêmico lutador que acompanhou Bolsonaro pelas ruas de NY
Renzo Gracie, membro de tradicional clã de lutadores do Brasil, já bateu boca com franceses por causa do presidente e ameaçou agredir críticos do governo
O lutador Renzo Gracie, que apareceu caminhando pela Quinta Avenida, em Nova York, ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do seu assessor especial Max Guilherme Machado Moura, é membro da família Gracie, a mais tradicional no jiu-jitsu brasileiro, e tem um histórico razoável de polêmicas no currículo.
Andando pelas ruas de Nova York com o presidente @jairbolsonaro e com @RenzoGracieBJJ que são duas lendas do nosso país. A humildade, o carisma e o patriotismo são exemplos que ficarão eternizados em minha memória. Muito obrigado Presidente!!!🇧🇷🙏🏼 🇺🇸 pic.twitter.com/r2oYGwjjYM
— MaxGuilherme (@MaxGuilherme01) September 20, 2021
Em 2019, Renzo aceitou o convite do ministro do Turismo, Gilson Machado, então presidente da Embratur, para ser embaixador do turismo brasileiro, “honraria” que foi concedida a outras personalidades, como o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, que tempos depois foi preso no Paraguai. O lutador é dono de academias de jiu-jitsu nos Estados Unidos.
Menos de um mês depois de ter se tornado embaixador, Renzo se envolveu em um incidente diplomático com a França. Em um vídeo, o lutador chamou o presidente do país, Emmanuel Macron, de “palhaço” e disse que ele tinha um ” pescoço de franga”. O lutador também chamou a esposa do governante, Brigitte, de “dragão”. Na época, Macron e Bolsonaro se desentenderam por conta das queimadas na Amazônia.
Antes, o lutador havia ironizado a postura da França na Segunda Guerra Mundial, quando o país foi ocupado pela Alemanha, e citou um dos comandantes do governo nazista. Em sua conta no Twitter, Gracie publicou a frase “minha honra é minha lealdade” e o nome de seu autor, Heinrich Hinmler. Esse foi o lema das tropas de Hitler e chegou a estampar os cintos dos uniformes da SS, a milícia do governo nazista
O cônsul francês, o diplomata Brieuc Pont, reagiu aos ataques e insinuou que Renzo estava alcoolizado na gravação. “Cachaça deve ser consumida com moderação, e nó de gravata ajustado. Sem falar dos modos na mesa”, comentou no Twitter. Já um ex-segurança de Macron, Alexandre Benalla, chamou o lutador para briga. “Renzo Gracie parece ter uma boca muito grande. Se você quiser, eu proponho um (combate) no octógono. Seu discurso não é digno de um grande esportista”, publicou Benalla.
Renzo também chegou a ser preso após uma briga em frente a uma boate em Nova York em maio de 2014. O lutador e outras cinco pessoas agrediram seguranças do estabelecimento. Um deles afirmou que teve um braço quebrado ao ser derrubado pelo lutador. Renzo se declarou culpado e foi condenado a uma pena branda, de 10 a 15 dias de prestação de serviços comunitários.
Gracie já chegou também a ameaçar bater em opositores de Bolsonaro. Em 2020, ele estava entre os lutadores que se organizavam para agredir manifestantes a favor da democracia que estavam protagonizando protestos de rua pelo país.
Espera pela próxima… Vão entender que ainda estamos na nossa pátria-amada…. https://t.co/Za2hCziKWw
— Renzo_Gracie_BJJ (@RenzoGracieBJJ) June 2, 2020