O PT decidiu, na noite de quinta-feira, 6, apoiar a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) ao governo de Pernambuco. Ela disputa o segundo turno com a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB). A decisão marca um reencontro do petismo com Marília, que deixou o partido em março deste ano após não encontrar espaço para a sua candidatura. Ela chegou a dizer que o PT a usava como “massa de manobra” e que havia tentado inviabilizar sua campanha à Prefeitura de Recife em 2020, quando chegou ao segundo turno e perdeu para João Campos (PSB).
A decisão do PT de apoiar Marília, no entanto, desagrada a um novo aliado da sigla, o Cidadania, que declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno para a Presidência da República. O partido tem federação com o PSDB e indicou Priscila Krause para ser candidata a vice na chapa de Raquel Lyra. “Se Lula apoiar Marília, vamos derrotá-lo em Pernambuco”, declarou o presidente do Cidadania, Roberto Freire — que é pernambucano, assim como Lula.
Lula apoiou o deputado Danilo Cabral (PSB) no primeiro turno para o governo após acerto com o governador Paulo Câmara e com o PSB, de quem o petismo é aliado no estado. Mesmo sem o apoio do ex-presidente, Marília pediu votos para o petista desde o início da campanha. O apoio ao nome da deputada no segundo turno enfrentava uma certa resistência dentro do PT, por parte da ala liderada pelo senador Humberto Costa. Lula, no entanto, interferiu e afirmou que o partido não poderia ficar neutro no estado.