Presidente do PSL não garante Datena presidenciável após fusão com DEM
Apresentador disse a VEJA nesta semana que só topa concorrer nas eleições pelo partido se for a presidente. Bivar diz que união pressupõe 'concessões'
Em meio às negociações pela fusão entre o PSL e o DEM, que deve criar o maior partido do país em bancada na Câmara e fundos para financiamento, como mostra reportagem de VEJA desta semana, caciques de lado a lado têm dito que a sigla nascerá com potencial de lançar um nome competitivo à Presidência da República.
Opções não faltam, embora todas ainda engatinhem nas pesquisas de intenção de voto. O PSL lançou o nome do recém-filiado apresentador José Luiz Datena (4% no último Datafolha), o DEM trabalha o nome do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (entre 3% e 4%) e ainda tem em suas fileiras o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (1%), cortejado há tempos pelo PSD do ex-ministro Gilberto Kassab.
Mesmo antes do desfecho da fusão, e a mais de um ano da eleição, a profusão de possíveis presidenciáveis do novo partido tem criado ruído pelos lados do PSL. Datena disse a VEJA na última segunda-feira, 20 que só será a candidato a algum cargo pelo partido se esse cargo for o de presidente. Caso contrário, poderá se desfiliar para ser candidato a senador, governador ou até vice-presidente em outra sigla. Neste último caso, vê com bons olhos uma migração ao PDT, de Ciro Gomes, que para o apresentador é “melhor candidato” que Mandetta e Pacheco – “bons vices”, em sua avaliação.
Mesmo diante da condição irredutível de Datena – ou disputa a Presidência ou não disputa nada pelo PSL – a cúpula pesselista já não garante que, com a união ao DEM, a nova legenda será franqueada ao jornalista na corrida presidencial. O presidente do partido, Luciano Bivar, que deve presidir também a sigla em gestação, não esconde sua admiração pelos quadros do DEM, em geral. “O DEM tem quadros muito qualificados. Sem subestimar nosso partido, mas o DEM propicia muito mais alternativas que o PSL”, disse Bivar a VEJA.
O presidente pesselista ainda evita bancar a candidatura de Datena e compara a fusão a um casamento e suas “concessões”. “Acho que para haver casamento, a regra número um, antes de amor, sexo ou outra coisa, é concessão. No momento em que nós fazemos uma fusão com outro partido, tem que haver concessão de todos os lados. Datena é nosso candidato, se a gente sai sozinho ele é o nosso legítimo candidato, mas estamos fazendo uma fusão com o DEM, eu tenho que ouvir o DEM. A gente já não é mais dono de nossa verdade”, completa.