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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Possíveis candidatos, governistas da CPI terão rivais locais convocados

Ciro Nogueira, Marcos Rogério e Jorginho Mello poderão inquirir governadores chamados a depor. Eduardo Girão pediu convocação de potencial adversário

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 Maio 2021, 16h28 - Publicado em 27 Maio 2021, 16h03

Em minoria na CPI da Pandemia, no Senado, a ala governista formada pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Girão (Podemos-CE) tem mais em comum do que repetir teses do Palácio do Planalto a respeito da Covid-19: todos eles estão na metade do mandato de oito anos e, em função disso, são cotados em suas bases eleitorais como possíveis candidatos a governadores em 2022 – o que faz da CPI um potencial palanque. Três deles, Nogueira, Rogério e Mello, poderão em breve inquirir adversários locais na comissão: os governadores de Piauí, Rondônia e Santa Catarina, cujas convocações foram aprovadas nesta quarta-feira, 27.

Jorginho Mello havia pedido diretamente a convocação do governador catarinense, Capitão Moisés (PSL), a quem se opõe no âmbito estadual. O depoimento de Moisés acabou sendo aprovado, no entanto, a partir de um requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente da CPI, que também conseguiu aprovar a oitiva da vice-governadora, Daniela Reinehr, aliada do senador do PL. Mello ainda teve referendada uma solicitação sua para chamar à comissão o governador de Rondônia, Marcos Rocha, possível rival de Marcos Rogério em 2022.

A convocação do governador do Piauí, Wellington Dias, também pedida por Vieira, é atribuída por membros da CPI a articulações de Nogueira, rival de Dias e candidato ao governo estadual no ano que vem. “É um passo importante para investigarmos aquilo que é fundamental: a aplicação dos recursos destinados para combate da Covid-19 nos estados”, anunciou o presidente do PP, um dos principais aliados de Bolsonaro, depois da convocação dos nove governadores.

Os mandatários estaduais chamados a depor estão à frente de gestões na mira de operações da Polícia Federal contra desvios de recursos para combate à pandemia. A convocação dos governadores é um procedimento controverso entre parte dos membros da CPI, defensora da tese de que eles devem receber o mesmo tratamento dado a Jair Bolsonaro. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para convocar o presidente, apelando à isonomia, e há possibilidade de ações serem protocoladas no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar os depoimentos.

Há ainda quem busque chamar à CPI um adversário local. Cotado à corrida pelo Executivo cearense em 2022, Eduardo Girão requisitou a convocação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), outro possível postulante ao governo estadual no ano que vem e aliado do atual governador, Camilo Santana (PT). O requerimento ainda não foi analisado. Negacionista de sua adesão ao Planalto, Girão também busca demonstrar independência: ele pediu à Presidência informações sobre as andanças de Jair Bolsonaro no Ceará em fevereiro, onde o capitão causou aglomerações.

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Em linha com a estratégia de ampliar o escopo das investigações para desviá-las do governo, vem dos quatro governistas boa parte dos requerimentos com pedidos de informação a gestões estaduais e municipais a respeito da aplicação de recursos repassados pelo governo para o combate à Covid-19.

Apenas Marcos Rogério, o mais eloquente da bancada governista nas sessões da CPI, apresentou pedidos para convocar quatro mandatários estaduais, dos quais dois foram aprovados, para ouvir Helder Barbalho (MDB), do Pará, e Wilson Lima (PSC), do Amazonas. Rogério também protocolou pedidos para ouvir sete secretários e ex-secretários estaduais e municipais de Saúde, entre outras autoridades regionais alocadas em órgãos de combate à pandemia. Ele ainda quer os depoimentos dos prefeitos de Manaus, Ilhabela (SP), Chapecó (SC) e São Lourenço (MG), cidades onde o famigerado “tratamento precoce” apregoado pelo bolsonarismo foi adotado.

Os aliados do presidente Jair Bolsonaro na CPI têm participado de reuniões no Palácio do Planalto sob a coordenação do ministro da Secretaria de Governo, Onyx Lorenzoni, nas quais debatem linhas de atuação e são abastecidos com informações – alguns dos requerimentos apresentados por governistas na largada da comissão chegaram à comissão literalmente com digitais do governo. Entre os participantes dos encontros, é frequente a avaliação de que o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), já está “com o relatório pronto”.

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Os nordestinos da quadra alinhada às teses do governo, Nogueira e Girão, demonstram estar de olho na própria região: o senador do Podemos propôs a coleta de informações dos nove estados do Nordeste a respeito de “aquisições frustradas” de respiradores, assim como convites aos nove secretários de Saúde estaduais e a convocação do ex-ministro Carlos Gabas, secretário-executivo do Consórcio Nordeste, requerimento igualmente apresentado por Ciro Nogueira e Rogério.

Além do apetite por apurar repasses da União a estados e cidades, os quatro senadores também compartilham uma espécie de “bingo”, com repetidos pedidos de convite a cientistas versados na defesa do tratamento precoce, medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como os médicos Nise Yamaguchi, Francisco Eduardo Cardoso Alves e Ricardo Zimerman, contra o lockdown, a exemplo do doutor em psicologia Bruno Campello de Souza, e até um crítico da vacinação obrigatória, o neurologista e neurocirurgião Paulo Porto de Melo. Nise, Alves, Zimerman e Porto de Melo já tiveram convites aprovados pela comissão.

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