PGR denuncia mais 152 pessoas por participação em ato golpista em Brasília
Com a nova acusação, já chega a 653 o número de apoiadores de Bolsonaro que serão alvos de processo na Justiça

A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou neste sábado, 4, que denunciou mais 152 pessoas por participação nos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro em Brasília, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
Foi a sexta leva de denúncias feitas pelo Ministério Público Federal – com os novos encaminhamentos chega a 653 o número de bolsonaristas que correm o risco de enfrentar processos criminais caso as acusações feitas pelo órgão sejam aceitas pela Justiça.
Os denunciados, segundo a PGR, foram detidos no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, e estão presos em unidades do sistema prisional do Distrito Federal, após a decretação das prisões preventivas e as respectivas audiências de custódia. Eles são acusados de associação criminosa e de incitar a animosidade entre as Forças Armadas contra os poderes constitucionais. O MPF pede também que as condenações considerem o chamado concurso material, ou seja, que os crimes sejam considerados de forma autônoma e as penas, somadas.
As denúncias – assinadas pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos – narram a sequência de acontecimentos até a formação do acampamento no QG do Exército na capital federal. Segundo as peças, o local apresentava “evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência” dos manifestantes que defendiam a tomada do poder. Além da condenação pelos crimes apontados, o subprocurador-geral pede que os envolvidos sejam condenados também ao pagamento de indenização mínima, conforme prevê o Código de Processo Penal, “ao menos em razão dos danos morais coletivos evidenciados pela prática dos crimes imputados”.