A Polícia Federal pediu nesta terça-feira, 30, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado André Janones (Avante-MG) no inquérito que apura a prática de “rachadinha” no seu gabinete. O delegado Roberto Santos Costa, que cuida do caso, disse no pedido que “as diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado”.
A solicitação vai ser avaliada pelo ministro Luiz Fux, relator do inquérito no Supremo. Se ele aceitar o pedido da PF, tanto a Receita Federal quanto as instituições bancárias terão que abrir para os investigadores informações da vida financeira de Janones. O pedido também inclui mais seis assessores do deputado — o que, de acordo com o delegado, é importante para a polícia descobrir se a “rachadinha” realmente aconteceu. Costa disse que essa é a “única maneira efetiva de rastrear o dinheiro”.
Outro argumento usado pela PF no pedido é o fato de o próprio Janones ter dito, nas redes sociais, que abria mão do seu sigilo bancário e fiscal. “Estou abrindo mão de todos os meus sigilos para provar que nunca fiz rachadinha e nunca recebi um centavo de dinheiro de assessores”, disse o deputado em novembro de 2023 no X (antigo Twitter), ao responder um usuário. O print da publicação foi usado no pedido da Polícia Federal desta terça.
Janones disse que ainda não foi ouvido nas investigações e que os assessores que são alvo do pedido não trabalhavam mais no seu gabinete na época do caso. “Sigo absolutamente confiante de que serei absolvido”, escreveu o deputado nas redes sociais, em resposta ao pedido feito ao Supremo.
https://twitter.com/AndreJanonesAdv/status/1752438310289433047
Áudio
No dia 27 de novembro de 2023, foi a público um áudio gravado em uma reunião de Janones com seus assessores, no qual o deputado pedia a eles que repassassem parte dos seus salários para custear despesas de campanha e do gabinete. O episódio rendeu uma investigação para o parlamentar, que se tornou alvo da Polícia Federal pela suposta prática de “rachadinha”, que é caracterizada como uma espécie de desvio de dinheiro público. Janones sempre negou as acusações.