A Polícia Federal desencadeou nesta quinta-feira, 7, uma megaoperação, batizada de Taeguk, para desarticular a atuação da organização criminosa que teria enviado mais de uma tonelada de drogas inserindo os entorpecentes nos cascos de navios de grande porte que saíam principalmente do Porto de Santos e iam para a Europa e a Ásia.
Os investigadores identificaram ao menos sete ocasiões, somente neste ano, em que organização teria enviado cocaína e maconha ao exterior utilizando este modus operandi. A inserção de drogas em cascos de navios é uma das formas de atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organização criminosa brasileira especializada no tráfico internacional de entorpecentes.
Ao todo, cerca de 200 policiais cumpriram dez mandados de prisão preventiva e 39 de busca e apreensão em diversas cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Maranhão.
Os mandados foram cumpridos na capital paulista, Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Bertioga, Caraguatatuba e Paraibuna, em São Paulo; Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; Belém e Barcarena, no Pará, e São Luís, no Maranhão.
Mergulhadores
As investigações apontam que o esquema envolvia o uso de mergulhadores que, segundo a PF, se aproveitavam da expertise para “prestar serviços” a organizações criminosas. A droga, segundo os investigadores, era inserida na caixa mar submersa (sea chest) de navios ancorados nas áreas de fundeio de portos brasileiros. A organização contava ainda com mergulhadores nos portos de destino para a retirada da droga em portos europeus e asiáticos.
As investigações apontam ainda que, além da contaminação de sea chest dos navios, a organização também içava drogas para dentro dos navios, contando com a colaboração de tripulantes para receptação e ocultação dos entorpecentes nas embarcações.
Segundo a corporação, os investigados poderão responder, de acordo com cada responsabilidade, pelos crimes de tráfico transnacional de drogas, associação para fins de tráfico e organização criminosa.
As penas podem ultrapassar 35 anos de reclusão em regime fechado. Além da Polícia Civil e da Marinha do Brasil, a operação conta com cooperação jurídica internacional e apoio de países como a Coreia do Sul, China e Espanha.