A Polícia Federal abriu inquérito, nesta quinta-feira, 24, para apurar suspeitas de que pastores evangélicos estavam direcionando recursos do Ministério da Educação para municípios indicados por eles. Os alvos são os pastores Gilmar Santos e Arilton de Moura, da Assembleia de Deus. O inquérito, aberto com base em uma apuração da CGU (Controladoria-Geral da União), não mira o ministro da Educação, Milton Ribeiro, nem o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A CGU informou na quarta-feira, 23, que recebeu do MEC em agosto de 2021 uma denúncia relativa a “oferecimento de vantagem indevida, por parte de terceiros, para liberação de verbas no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)”. Segundo a CGU, em 15 de setembro foi formada uma comissão de três servidores para apurar os fatos. A comissão, que funcionou até o início deste mês, “não constatou irregularidades cometidas por agentes públicos, mas sim possíveis irregularidades cometidas por terceiros, e sugeriu o encaminhamento dos autos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, ante a possibilidade de ocorrência de crime por ocasião da oferta de vantagem indevida”.
O material da CGU só foi enviado à PF nesta semana, após a repercussão de um áudio, divulgado na segunda-feira pela Folha de S. Paulo, em que o ministro Milton Ribeiro diz que prioriza os pedidos dos pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro. O inquérito aberto — que não envolve os políticos — está sob a responsabilidade da Superintendência da PF no Distrito Federal.