Decidido a não disputar a eleição presidencial de 2022, como informou a coluna Radar na edição de VEJA desta semana o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro perdeu fôlego em intenções de voto depois da volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao páreo, no início de março, segundo levantamento exclusivo do Paraná Pesquisas.
Em cenários onde Moro não aparece como candidato, é o apresentador Luciano Huck (sem partido) quem mais cresce em desempenho – ele chega a avançar 2,1 pontos porcentuais –, enquanto o presidente Jair Bolsonaro e Lula também têm ganhos numéricos, dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Se aparecia com desempenho entre 11,6% e 12% das intenções de voto em cenários distintos no levantamento anterior, divulgado em 5 de março, Sergio Moro marcou agora tem apenas 5,8%, empatado tecnicamente com o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT, 6,2%), Huck (5,8%), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB, 3,6%), e o empresário João Amoêdo (Novo, 2,6%).
Este cenário ainda inclui Bolsonaro, com 32,7%, Lula, com 29,3%, e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM, 1,4%), com 3,8% de eleitores que não sabem ou não responderam e 8,8% dos que votariam em branco, ou em nenhuma das opções (veja quadro abaixo).
Embora ainda não tenha decidido se vai ou não entrar na corrida presidencial, é Luciano Huck quem mais cresce sem a presença do ex-juiz, variando entre 6,3% e 7,9% da preferência nos três cenários testados sem a presença do ex-juiz (veja quadros abaixo).
Bolsonaro marca entre 34,1% e 34,5% das intenções de voto, Lula varia de 29,6% a 30,2%; Ciro, entre 6,5% e 6,9%; Doria tem 4,6%; Amoedo fica entre 2,9% e 3,5%; Mandetta, 2,4%; e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), entre 0,7% e 0,5%. Nos únicos cenários em que nomes alternativos do PSDB foram testados, Tasso Jereissati (CE) teve 1,8% da preferência e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, marcou 3,2%.
Segundo Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas, mesmo que não seja candidato, o apoio de Moro pode ajudar algum candidato de centro, já que o combate à corrupção ainda é um tema importante e não será defendido por Bolsonaro e muito menos por Lula (o primeiro tem a família assombrada pelo fantasma das rachadinhas e o segundo ainda está longe de se livrar de todas as múltiplas encrencas na Justiça). “O lavajatismo é importante para a terceira via porque ele tem militância espontânea, tem eco na sociedade”, afirma Hidalgo
O Paraná Pesquisas entrevistou por meio de telefone (em entrevistas pessoais, sem o uso de robôs) 2.010 pessoas em 198 municípios de 26 Estados e o Distrito Federal entre os dias 30 de abril a 4 de maio.
Veja abaixo três cenários para a eleição de 2022 sem Moro: