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‘Pato manco’ e ‘freguês’: as provocações no embate entre Lira e Renan

Caciques alagoanos entraram em rota de colisão precocemente em 2022, por causa de eleição indireta ao governo do estado

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 Maio 2022, 16h03

Antes de se verem em palanques opostos nas eleições presidencial e alagoana de outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) entraram em rota de colisão precocemente neste ano. A largada foi queimada pela eleição indireta ao governo de Alagoas, que deflagrou um tiroteio antecipado entre eles, como mostra reportagem de VEJA desta semana. A disputa na Assembleia Legislativa alagoana foi apimentada por contornos nacionais, incluindo intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisou e negou pedidos do PP de Lira para suspender a eleição, marcada para este domingo, 15, que elegeu Paulo Dantas (MDB).

Pelo lado de Renan, aliado de Dantas, avalia-se que o grupo de Arthur Lira não tem interesse na eleição porque sabe que seria derrotado e tenta ganhar tempo para diminuir a exposição de Dantas como governador. Ele será candidato ao posto em outubro e, pela lei eleitoral, não poderia inaugurar obras públicas deixadas pelo ex-governador Renan Filho (MDB) nos três meses que antecedem o pleito. Renan fala em “golpe” de Lira. Por outro lado, apontando uma quebra de acordo com ele por parte de Paulo Dantas, seu ex-aliado, Arthur Lira alega que a forma como a eleição indireta foi construída é inconstitucional, um jogo de cartas marcadas, e que o grupo político encabeçado pelos Calheiros quer explorar o governo eleitoralmente.

Fora a eleição propriamente dita, a rinha de caciques alagoanos inclui também trocas de provocações curiosas. Ao falarem com VEJA nesta semana, tanto Renan Calheiros quanto Arthur Lira lançaram ironias contra o desafeto. “Nas duas últimas eleições, Arthur teve o pai (o ex-senador Benedito de Lira) como candidato e o pai perdeu as duas. Ele quer ver como judicializa, como dificulta, porque é freguês”, diz Renan. O presidente da Câmara não se faz de rogado. “Para mim, Renan é um pato manco em Brasília. O mandato dele não contribui em nada com Alagoas, vive à sombra do filho, que vive de um governo que não é real”, rebate. “Renan nunca mais será presidente do Senado e quer ter projeção discutindo com o presidente da Câmara”, afirma.

Convocada após a renúncia de Renan Filho para concorrer ao Senado, diante do fato de Alagoas não ter um vice-governador, que deixou o posto em 2020 para ser prefeito, a disputa-tampão é um aperitivo do que virá no embate entre os grupos de Renan Calheiros e Arthur Lira em outubro. Lira é candidato a uma bem-encaminhada reeleição, Renan deve ver o filho ser eleito a uma cadeira a seu lado no Senado e os dois trabalharão por seus candidatos a governador: os Calheiros com Dantas, e Lira com o senador Rodrigo Cunha (União Brasil).

Fora do plano local, os dois caciques podem ter em Brasília outro campo de conflito, onde certamente serão peças-chave na renovação de poder no Legislativo. Arthur Lira pretende continuar dando as cartas na Câmara em 2023 e já afirmou a aliados que sua recondução ao comando da Casa não está atrelada à sorte de Bolsonaro em outubro. Estreante na oposição após décadas de governismo, Renan vê o Senado como contraponto a uma Câmara avaliada por ele como bolsonarista sob Lira e deve se manter como um opositor ferrenho do capitão em caso de reeleição. Aliado de Lula, Renan tem trabalhado pelo petista dentro e fora do MDB. Caso o ex-presidente volte ao Planalto, no entanto, o emedebista diz que não disputaria a presidência do Senado, posição que já ocupou quatro vezes. Ele desconversa sobre ser ministro.

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