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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Para justificar o nome, União Brasil ainda tem muitas desuniões a superar

Novo partido, que nascerá da fusão de DEM e PSL, tem que descobrir o que fazer com os bolsonaristas e com as divergências sobre quem irá mandar nos estados

Por Da Redação 1 out 2021, 15h52

A provável fusão entre o DEM e o PSL, que deve criar o maior partido do país, com 82 deputados federais, vai se chamar União Brasil, conforme decisão tomada pela cúpula dos dois partidos com base em pesquisas qualitativas e tornada pública na quinta-feira, 30. Mas para fazer jus ao nome, a nova legenda tem um longo caminho a percorrer.

Há várias dificuldades a serem superadas para alcançar a tal união. A principal delas é o que fazer com os apoiadores de Jair Bolsonaro, já que o novo partido quer se tornar uma alternativa para a direita não bolsonarista em 2022.  Eles hoje representam quase metade do PSL e têm entre os seus quadros gente muito próxima ao presidente, como os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF). A tendência é que não haja uma composição e eles deixem a legenda, talvez em direção à sigla que irá acolher Bolsonaro para 2022.

Também será preciso decidir o que fazer com bolsonaristas que estão no DEM, como os ministros Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura) e parlamentares como o senador Marcos Rogério (RO), um dos expoentes da tropa de choque governista na CPI da Pandemia. É provável que os três fiquem, mas isso só ocorrerá se eles puderem seguir como aliados de Bolsonaro.

Há divergências ainda sobre que ala comandará o diretório do novo partido em alguns estados. Em São Paulo, por exemplo, há no DEM entusiastas da candidatura do vice-governador, Rodrigo Garcia, recém-saído do partido rumo ao PSDB por influência do governador tucano João Doria, e outros que prefeririam atrair o ex-governador Geraldo Alckmin.

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Já no Rio, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM), ligado ao pastor bolsonarista Silas Malafaia, e o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho, presidente do PSL fluminense, resistem a uma composição. Na Paraíba, ainda não se chegou a um denominador comum entre os grupos do deputado Efraim Filho (DEM), um dos principais articuladores da nova sigla, e do deputado Julian Lemos (PSL), um dos mais próximos de Bivar. “Tem 5% de problema e 95% de ego”, diz o presidente do PSL, sobre as arestas locais a aparar.

Resolver problemas, no entanto, pode ser mais fácil do que superar egos. O novo partido vai precisar de muita conversa para não contrariar o nome.

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