Das 26 capitais brasileiras que vão às urnas neste domingo, 6, vinte delas podem renovar os mandatos dos atuais prefeitos para mais quatro anos já no primeiro turno.
Com a máquina na mão, a exposição midiática e as alianças políticas da gestão atual, os chefes desses Executivos municipais têm largas vantagens sobre seus adversários, com percentuais acima de 60% dos votos válidos, o que é mais que suficiente para evitar a segunda etapa de votação — pela lei eleitoral, o concorrente que aferir 50% mais um dos votos válidos vence no primeiro turno.
Os candidatos à reeleição deixam de ser favoritos apenas quando a gestão é mal avaliada, como os casos de Belém, Goiânia e Teresina, onde os atuais prefeitos estão com baixíssima — para não dizer nenhuma — probabilidade de ir ao segundo turno.
Nas outras capitais, dezesseis prefeitos brigam ainda para avançar à segunda fase do processo eleitoral e sete deles têm alta possibilidade de encerrarem a disputa já neste domingo. Veja abaixo quem são:
1 – Antônio Furlan (Macapá)
O prefeito da capital do Amapá, Antônio Furlan (MDB), chegou a ter 91% das intenções de voto, em levantamento da Quaest no fim de agosto. Na reta final, o percentual foi reduzido, está em 86% segundo pesquisa Quaest divulgada no sábado, 5, mas Dr. Furlan, como é conhecido, ainda tem grande vantagem sobre os adversários – outros quatro candidatos somam apenas 14% dos votos.
2 – João Campos (Recife)
Com a gestão aprovada por 76% da população segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira passada, o prefeito da capital pernambucana também tem tudo para ser reconduzido ao cargo neste domingo. Na véspera das eleições, João Campos (PSB) tem 77% dos votos, bem à frente de Gilson Machado (PL), ex-ministro de Jair Bolsonaro, que tem 12%, uma distância de 65 pontos percentuais.
3 – João Henrique Caldas (Maceió)
No último levantamento do instituto Paraná Pesquisas que mediu a avaliação da gestão em Maceió, 61,4% da população da capital de Alagoas aprovou a gestão de João Henrique Caldas (PL). A boa avaliação, junto à influência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que o apoia, devem levar JHC, como é conhecido, à reeleição neste domingo. Ele aparece na véspera da eleição com 77% das intenções votos. O principal adversário, Rafael Brito (MDB), apoiado pelo senador Renan Calheiros, tem 16%. A vantagem é de 61 pontos percentuais.
4 – Bruno Reis (Salvador)
Do grupo político do ex-prefeito ACM Neto, Bruno Reis (União) não deve ter problemas para ser reconduzido ao cargo na principal cidade da Bahia. Segundo a pesquisa Quaest deste sábado, o atual mandatário tem 74% dos votos válidos, contra 15% de Geraldo Júnior (MDB), candidato do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues (PT). A distância é de 59 pontos percentuais.
5 – Arthur Henrique (Boa Vista)
O prefeito da capital de Roraima se manteve à frente durante toda a campanha e deve ganhar, sem maiores surpresas, as eleições já neste domingo. A principal adversária é a deputada estadual Catarina Guerra (União Brasil), que enfrenta problemas na Justiça Eleitoral, mas concorre apoiada em liminar concedida pelo ministro Kassio Nunes Marques, do TSE. A um dia do pleito, Arthur Henrique (MDB) aparece com 72% dos votos válidos, com a principal rival, Catarina Guerra, 47 pontos percentuais atrás — tem 25%.
6 – Eduardo Braide (São Luís)
Na capital do Maranhão, a provável reeleição de Eduardo Braide (PSD) é um bom exemplo para aferir a vantagem de quem está no poder. O atual prefeito deve ganhar no primeiro turno com 64% dos votos válidos. O principal adversário, Duarte Júnior (PSB), tem 25%. O deputado é do grupo político formado pelo ministro Flávio Dino, do STF, e conseguiu o apoio formal de Lula. No entanto, o prefeito tem uma vantagem de 39 pontos percentuais na véspera da votação
7 – Eduardo Paes (Rio de Janeiro)
O prefeito da segunda maior cidade do país tem tudo para entrar no seu quarto mandato à frente da prefeitura do Rio, em 2025. Apesar de Jair Bolsonaro ter feito um último esforço na capital fluminense para tentar levar Alexandre Ramagem (PL) para o segundo turno, a popularidade do prefeito Eduardo Paes (PSD) deve garantir a vitória já neste domingo. A pesquisa mais recente mostra o candidato à reeleição com 61% dos votos válidos contra 29% do deputado bolsonarista. A diferença é de 32 pontos percentuais.
Outros favoritos
Em seis capitais, os atuais prefeitos tem 50% ou mais dos votos válidos, mas isso não é suficiente para projetar com segurança a vitória no primeiro turno, porque é preciso considerar as margens de erro. Em todo caso, estão bem próximos de uma vitória no primeiro turno. São eles:
Rio Branco
– Tião Bocalom (PL) tem 58%, à frente de Marcus Alexandre (MDB), com 32%.
João Pessoa
– Cícero Lucena (PP) tem 55%, seguido por Ruy Carneiro (Podemos), com 17%; Marcelo Queiroga (PL), com 16%; e Luciano Cartaxo (PT), com 12%.
Florianópolis
– Topázio Neto (PSD) tem 53%, seguido por Marquito (PSOL), com 21%, e Dário Berger (PSDB), com 14%.
Porto Velho
– Mariana Carvalho (União) tem 52%, seguida por Leo Moraes (Podemos), que tem 22%.
Vitória
– Lorenzo Pazolini tem 50%, seguido por Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), com 23%, e João Coser (PT), com 22%.
Porto Alegre
– Sebastião Melo (MDB) tem 50%, seguido por Maria do Rosário (PT), com 26%, e Juliana Brizola (PDT), com 23%
Pesquisas
As projeções foram baseadas na avaliação dos prefeitos, o comportamento das pesquisas de eleição de voto e as últimas pesquisas Quaest, divulgadas no sábado, 5, véspera do pleito municipal. As pesquisas analisadas ouviram de 904 a 2004 eleitores, a depender do tamanho da população dos municípios, entre os dias 3 e 5 de outubro, de forma presencial. As margens de erro variam entre dois e três pontos percentuais. Todos os levantamentos foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral.