Os estados onde a polícia mata mais e menos no Brasil
Letalidade policial caiu no Brasil pela primeira vez em oito anos, mas entre negros aumentou, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública

A taxa de mortalidade em intervenções policiais caiu no país pela primeira vez em oito anos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A queda é puxada principalmente pela menor letalidade entre brancos, que caiu 30,9% entre 2020 e 2021. Para a população negra, porém, a estatística foi na contramão da tendência nacional: houve 5,8% mais mortes de negros em intervenções policiais no ano passado.
Na comparação entre os estados, o Amapá tem a polícia mais letal do país, uma liderança que se mantém desde 2019. Lá, houve 17 mortes a cada 100 mil habitantes em ações da polícia. O Amapá teve ainda um aumento na taxa de letalidade policial, que cresceu 32%. O estado com a segunda maior letalidade policial, Sergipe, teve 9 mortes a cada 100 mil habitantes no mesmo tipo de situação. Goiás e Rio de Janeiro vêm em terceiro e quarto lugar, com taxas de 8 e 7,8 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente. No Distrito Federal, em Minas Gerais e Rondônia estão as menores taxas de letalidade, todas abaixo de 1 morte a cada 100 mil habitantes.
A redução no número de mortes em ações policiais foi de 5% e, em números absolutos, foram 268 vítimas a menos — foram de 6.413 mortes em 2020 para um total de 6.145 no ano passado. Após oito anos de aumento nas taxas de letalidade policial, o país ficou agora em patamar próximo ao ano de 2018. Os mortos são homens e jovens, em sua maioria. Mais de 43% têm entre 18 e 24 anos, e 99% são homens. Oito em cada dez vítimas fatais de intervenções policiais são negros.
Mortes de policiais
A taxa de mortalidade entre policiais civis e militares teve uma queda ainda mais expressiva, de 12% na média do país. Os estados de Rondônia (com uma redução de 58%), Paraná (49%) e São Paulo (47%) tiveram os melhores resultados na redução de mortes em serviço. No caso de São Paulo e Rondônia, isso coincide com a queda no número de mortos em confrontos. A grande maioria das mortes violentas de policiais, no entanto, ocorre quando o policial está fora de serviço: mais de 77% dos casos ocorrem fora do expediente, e apenas 22% durante a atividade policial.