Já faz mais de um ano que um paredão rochoso se desprendeu e atingiu quatro lanchas, matando dez pessoas e ferindo 27, na tragédia que aconteceu no Lago de Furnas, em Capitólio, região no sudoeste de Minas Gerais.
Desde o momento da tragédia, a Polícia Civil de MG instaurou um inquérito para investigar as causas do acidente, mas poucos meses depois chegou à conclusão de que eventos naturais causaram o desprendimento das rochas e que o “processo geológico de remodelamento de relevo” é comum na região, favorecendo o acidente. Por isso, ninguém foi culpado.
No entanto, a Polícia Civil apresentou uma lista de sugestões para aumentar a segurança das atividades turísticas no lago. Foram incorporadas, por exemplo, regras de distância mínima das embarcações para os paredões, limites de quantidade e velocidade de barcos em cada trecho, elaboração de termos de consentimento para os visitantes e uso obrigatório de coletes salva-vidas e capacetes.
Na época, o município também contratou uma equipe de geólogos para avaliar diariamente a estabilidade dos blocos de pedra, além de instalar melhorias no sistema de alerta e o mapeamento das zonas de maior risco.
As medidas possibilitaram com que o passeio turístico no lago voltasse a abrir menos de três meses depois do acidente, em abril de 2022. A reabertura ainda foi auxiliada pela campanha do governo do estado “Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas”, que arrecadou cerca de 5 milhões de reais para investir no turismo da região.
Mesmo assim, a região ainda luta para devolver o turismo local ao patamar que tinha antes da tragédia. Estimativas apontam que, economicamente, o trade turístico de Capitólio sofreu mais com o acidente de 2022 do que durante os meses de fechamento pela pandemia de Covid-19. Para janeiro e fevereiro de 2023, por exemplo, a prefeitura anunciou um calendário especial com shows e eventos gastronômicos que, aliados às atrações turísticas, têm a intenção de reerguer esse setor econômico.