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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O que pode impedir uma vitória de Lula no primeiro turno

Pesquisas voltam a indicar a possibilidade de petista triunfar sem a segunda rodada de votação, mas faltam quatro meses para a disputa e cenário pode mudar

Por Da Redação Atualizado em 7 jun 2022, 09h32 - Publicado em 3 jun 2022, 13h39

As últimas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República voltaram a sinalizar que não pode ser descartada a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liquidar a eleição já no primeiro turno – mas ainda faltam quatro meses para a votação, a campanha propriamente dita ainda não começou e nem os candidatos ao Palácio do Planalto estão definidos.

Segundo os últimos resultados, Lula teria de 48,3% dos votos válidos – de acordo com o levantamento XP/Ipespe divulgado nesta sexta-feira — a 54%, na sondagem feita pelo Datafolha na semana passada. Outros institutos também chegaram a números parecidos, como as pesquisas Genial/Quaest (48,9%) e BTG/FSB (51,1%). Um candidato precisa de 50% dos votos mais um para vencer no primeiro turno.

Há, no mínimo, três fatores que podem, no entanto, impedir que a disputa acabe já no dia 2 de outubro.

O primeiro seria o crescimento da candidatura de  Ciro Gomes (PDT) – que tem entre 7% e 9%, segundo as pesquisas — e é sempre o primeiro a aparecer atrás de Lula e Bolsonaro. Mas com o pedetista também pode ocorrer o contrário: o seu eleitor, majoritariamente de centro-esquerda, pode se sentir inclinado a, na reta final, ir em direção a Lula para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno, configurando o chamado “voto útil”.

O segundo fator — e mais plausível — é o crescimento da candidatura da senadora Simone Tebet (MDB), que chegou a 3% no levantamento mais recente, da XP/Ipespe. Ela tem campo para crescer porque ainda é desconhecida de boa parte do eleitorado, tem rejeição baixa, terá bom tempo na propaganda na TV e ficou com o caminho facilitado para tentar unificar o centro após a desistência do ex-governador paulista João Doria (PSDB).

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Outro que pode ajudar a levar a disputa ao segundo turno é o deputado federal André Janones (Avante), que de forma surpreendente tem pontuado desde que o seu nome foi colocado no páreo, mesmo sendo de um partido pequeno e tendo pouco espaço na mídia tradicional – ele, no entanto, é um sucesso nas redes sociais, o que pode alancar as suas intenções de voto quando a campanha começar. Além disso, ele pode roubar votos tanto de Bolsonaro quanto de Lula (inclusive Janones já foi filiado ao PT).

O terceiro fator é, claro, a possibilidade de tanto Lula quanto Bolsonaro perderem votos ao longo da campanha, quando forem confrontados com os erros de seus governos, que são muitos e ainda não foram devidamente expostos na arena eleitoral. O petista, além da crise econômica deixada pelo governo Dilma Rousseff, terá que se explicar sobre os escândalos de corrupção que brotaram durante dos governos petistas e que, inclusive, levaram o ex-presidente à prisão. Já Bolsonaro terá que se ver com os maus números na economia, a volta da fome, a alta dos preços e o seu comportamento errático durante a pandemia da Covid-19 — além de escândalos variados, como o fantasma da rachadinha que assombra quase toda a família.

 

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