As escolas particulares de São Paulo disseram que estão preparadas para o início do ano letivo na próxima segunda-feira, 2, como está previsto para toda a rede de ensino paulista (pública e privada), e garantiram que esse retorno será acompanhado de medidas sanitárias contra a Covid-19. Uma mudança de planos ocorreria apenas no caso de haver outra avaliação da Secretaria Estadual de Educação em razão do avanço da variante Ômicron, mas uma suspensão não está por ora no radar do governo paulista.
A aula presencial é obrigatória para todos, exceto em casos de alunos com idades acima de 12 anos em grupos de risco ou com comorbidades, ou aqueles que comprovarem com prescrição médica maior fragilidade à Covid-19. As escolas particulares aguardam a aprovação do autoteste para que as escolas monitorem as infecções entre alunos e funcionários e notifiquem os órgãos públicos. A Anvisa recebeu pedidos para a liberação do procedimento há cerca de dez dias — hoje a testagem no país está limitada a clínicas, farmácias e serviços públicos, que, diante de uma enorme alta nos casos nas últimas semanas, não estão dando conta da demanda.
O presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva, disse a VEJA que as escolas fizeram investimentos para receber os alunos com segurança. Ele defende que os estabelecimentos incentivem a vacinação dos alunos (crianças a partir de cinco anos já têm vacinação recomendada pela Anvisa).
“Acreditamos que nada vai mudar na previsão de volta às aulas, e que a grande maioria dos alunos vai se vacinar”, disse Benjamin. “A escola particular, desde 2021, está pronta para voltar às aulas. Ela investiu em consultoria, investiu em equipamentos. Algumas até fizeram reformas estruturais nos prédios, tirando lugares que tinham ar condicionado para tirar ventilação cruzada. A escola está preparada e vai continuar tomando todas as precauções possíveis”, afirmou.
A previsão é que a vacinação de crianças seja concluída em julho em São Paulo. A partir dessa data, as escolas vão ajudar os órgãos de saúde a mapearem casos de estudantes que não estejam vacinados, notificando o conselho tutelar e as secretarias de Saúde. Dentro das escolas, porém, crianças vacinadas devem ter o mesmo tratamento daquelas que não estiverem imunizadas, com o acesso garantido a todos.
O presidente do Sieeesp citou a preocupação com a saúde psicológica de crianças que, especialmente em grandes cidades, têm na escola o principal meio para socializar. Segundo Benjamin, colégios tiveram de investir em atendimento psicológico para alunos que tiveram problemas durante o isolamento. “Achamos hoje que o risco de uma criança se infectar é bem menor do que ficar sem estudar”, afirma. “Nós temos um passivo educacional muito grande, mas não tanto na escola privada, onde as crianças conseguiram fazer aula online e aula híbrida. Na escola pública é uma catástrofe, vamos demorar mais de 20 anos para recuperar isso”, avalia.