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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O obstáculo quase intransponível para Ciro Gomes

Embora tenha prometido nunca mais concorrer à presidência, ele continua sendo cogitado como uma alternativa do PDT

Por Isabella Alonso Panho, Victoria Bechara Atualizado em 19 fev 2024, 19h11 - Publicado em 19 fev 2024, 13h53

Como mostrou a reportagem da última edição de VEJA, o rompimento de Ciro Gomes com o irmão, Cid Gomes, consolidou seu isolamento político no berço eleitoral dele, o Ceará. O motivo foi a insistência de Ciro no rompimento da aliança do grupo dele com o PT no estado. Com isso, o futuro parece cada vez mais incerto para o ex-presidenciável.

Embora tenha declarado que não irá mais concorrer às eleições ao Palácio do Planalto, Ciro continua sendo cogitado pelo PDT para a missão em 2026, até pela falta de outros nomes de peso dentro do partido. Caso volte atrás na promessa e entre novamente na campanha, ele enfrentará os mesmos problemas da última disputa: romper o cerco da polarização entre direita e esquerda no país.

Um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas em outubro de 2023 ilustra esse cenário. No melhor dos cenários, Ciro ficaria em terceiro lugar, com pouco menos de 10% das intenções de voto. Uma das explicações para esse movimento é a característica do voto polarizado: o eleitor não vota em quem tem mais afinidade com ele, mas, sim em quem ele acha que tem mais chances de derrotar seu opositor. Quando a disputa está entre Lula e Bolsonaro, Ciro míngua, porque parte do seu eleitorado migra para o PT, depositando um “voto útil” no ex-aliado do pedetista. 

“O eleitor do Ciro não é aquele eleitor fiel, que vota nele independente de tudo”, diz Carolina de Paula, cientista política e pesquisadora da UERJ. Ao se distanciar do PT e criticar Lula abertamente, o pedetista elegeu um adversário do seu próprio campo ideológico, indo para uma saída distante do pragmatismo necessário para construir uma candidatura de peso.

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A relação com o PT coloca Ciro entre a cruz e a espada: ao se divorciar da sigla, ele assina embaixo da própria derrocada, mas, ao lado dela, perde protagonismo e fica refém das decisões das lideranças petistas, o que não combina com o seu perfil. “Ciro é muito personalista”, avalia Nara Pavão, cientista política e professora da UFPE. As brigas do pedetista a nível nacional, estadual e até familiar mostram essa dificuldade de compor e ceder, o que inviabiliza a sua apresentação como uma alternativa à polarização. 

Na campanha de 2022, conduzida pelo ex-marqueteiro do PT João Santana, Ciro tentou dar uma guinada à direita, para se apresentar como um candidato mais moderado. Um dos exemplos disso foi a tentativa de dialogar com os evangélicos, divulgando vídeos e fotos de visitas a entidades religiosas — ao lado até do ex-presidenciável Cabo Daciolo. Não deu certo. “O eleitorado mais religioso já estava bem aderido a Bolsonaro, enquanto o eleitor de Ciro não é de direita, nunca foi”, diz De Paula.

Maurílio Fontes, marqueteiro político na Bahia há mais de 30 anos, avalia que Santana tinha uma “missão impossível” em 2022 ao tentar alavancar a candidatura de Ciro. “O azar de muitos craques foi ter jogado na época do Pelé. Na campanha de Ciro, teve o Lula”, afirma. Nas quatro eleições presidenciais que disputou, Ciro tentou bater de frente com nomes muito consolidados e, de acordo com o marqueteiro, não soube encontrar sua posição no tabuleiro. O pedetista enfrentou FHC em 1998, Haddad em 2018 e Lula em 2002 e 2022. 

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