O governo federal vai investir 200 milhões de reais em um supercomputador para aprimorar a previsão de eventos climáticos extremos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A medida ocorre em meio à mais grave emergência climática da história — o país enfrenta uma onda recorde de calor, com temperaturas chegando a 43ºC, e a população afetada pelas chuvas intensas no Rio Grande do Sul já ultrapassa 402 mil habitantes.
O plano do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação é que o novo equipamento comece a operar ainda no segundo semestre deste ano e esteja totalmente operacional até 2026, substituindo o atual supercomputador Tupã — adquirida há treze anos, a máquina deveria ser aposentada em 2021, mas continua em atividade com peças obsoletas devido à falta de verba para o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec).
Além da compra da nova máquina para o Inpe, o governo destinou 50 milhões de reais previstos no Novo PAC para ampliar os sistemas do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). O plano é expandir a cobertura para 1.837 municípios brasileiros, atuando para mitigar os danos causados por deslizamentos de terra, inundações e incêndios, além de auxiliar no planejamento estratégico em setores como energia, agricultura e recursos hídricos. Os investimentos foram pauta do seminário sobre emergência climática realizado em Brasília na última quinta-feira, 28, com a presença das ministras de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e do Meio Ambiente, Marina Silva.