A mudança de comando na coordenação da campanha presidencial de João Doria (PSDB), ocorrida na última sexta-feira, 15, trouxe um complicador extra para a já desafiadora caminhada do ex-governador de São Paulo até o Palácio do Planalto. Bruno Araújo, que deixou a coordenação dizendo “ufa” nas redes sociais, é também o presidente do partido, e tem poderes para atrapalhar a vida do tucano.
Como presidente do partido, Araújo tem a palavra final sobre a distribuição das verbas do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral para a campanha deste ano. Caso ele decida que a sua estratégia será, por exemplo, fortalecer as candidaturas para deputados ou governadores, o orçamento de Doria poderá minguar, o que certamente provocará impactos em suas chances de reverter os altos índices de rejeição e tentar subir nas pesquisas de intenção de voto.
Araújo já vinha dificultando a campanha de Doria ao não priorizá-lo como candidato a presidente e por relativizar a importância das prévias eleitorais que consagram o ex-governador de São Paulo como candidato do partido. Ele vinha engrossando o coro de setores da executiva nacional do partido que defendiam que o nome de Doria fosse levado às negociações que PSDB vem travando com União Brasil e MDB para a escolha de um candidato, deixando aberta a possibilidade de que o partido mudasse o indicado caso esse fosse o desfecho desses diálogos (a candidatura de Doria foi levada ao grupo, mas se os três partidos constatassem que outro nome seria melhor, este prevaleceria).