O físico Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), confirmou que aceitará o convite para presidir o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O anúncio deve ser feito ainda nesta semana.
Galvão é uma escolha da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Aos 75 anos, ele é professor do Instituto de Física da USP e foi candidato a deputado federal pela Rede, em São Paulo, mas não foi eleito. Ainda assim, participou da equipe de transição do novo governo na área do meio ambiente.
Antes disso, Galvão ganhou destaque pelo embate público que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em julho de 2019. Na época, como diretor do Inpe (cargo que ocupava desde 2016), foi criticado por Bolsonaro durante uma entrevista coletiva por divulgar dados de desmatamento na Amazônia considerados muito desfavoráveis pelo governo. O ex-presidente o chamou de mentiroso e o acusou de estar “a serviço de alguma ONG”.
Galvão chegou a rebater os ataques e afirmar que não iria se demitir. Então, endossado pelo ministro Marcos Pontes, Bolsonaro exonerou o diretor em agosto de 2019. No mesmo ano, o físico foi eleito pela revista científica “Nature” como a pessoa mais importante para a ciência no mundo.
No currículo de Galvão também consta uma graduação em engenharia de telecomunicações na Universidade Federal Fluminense, um mestrado em engenharia elétrica na Unicamp e um doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Ele também foi presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) entre 2004 e 2011.
O CNPq é o principal órgão de fomento à ciência do governo federal e responsável por financiar bolsas e auxílios de incentivo às pesquisas de graduação e pós-graduação no país. O Conselho sofreu, durante os últimos anos, sucessivos apagões, cortes e bloqueios de orçamento.