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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O clima de desgosto no União Brasil após sobrevida a Juscelino no governo

Bancada se diz ultrajada com beligerância do PT: 'Nossa maioria quer ser oposição; dizer que somos independentes é até generoso', afirma um deputado

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 mar 2023, 16h49 - Publicado em 9 mar 2023, 12h10

Apesar da sobrevida garantida ao ministro das Comunicações Juscelino Filho (União-MA) por Luiz Inácio Lula da Silva, correligionários do União Brasil estão longe de satisfeitos com a participação e o prestígio da legenda no governo.

No início da semana, Lula decidiu manter Juscelino em sua equipe de ministros, mesmo após a revelação de que o auxiliar usou voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a leilões de cavalos em São Paulo, além de ter recebido diárias sem que estivesse em missão oficial. A permanência do ministro não foi consenso entre membros do próprio governo — a presidente do PT Gleisi Hoffmann, por exemplo, se manifestou ruidosamente a favor da demissão, o que foi visto como ultraje por colegas de partido de Juscelino.

“Quando você vai com muita ênfase na ofensa a uma pessoa, a um partido, sabendo-se que tem gente em situação muito mais complicada, muito mais constrangedora que o Juscelino e ocupando o mesmo nível de cargos, isso criou uma revolta muito grande na bancada”, disse a VEJA um deputado do União Brasil.

“A decisão [de Lula] ameniza do ponto de vista do diálogo, mas não do ponto de vista do apoio incondicional. A grande maioria do partido quer ser oposição. Dizer que somos independentes é até generoso pro cenário atual. Oito em cada dez parlamentares do partido não votaram no Lula. O que motiva isso é a preocupação com o país, com a economia. Ninguém quer um país à deriva”, queixou-se o mesmo parlamentar, citando a inércia do governo em encaminhar discussões relevantes.

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Embora tenha desenhado uma equipe de ministérios com partidos diversos, numa tentativa de acomodar aliados importantes, o governo Lula tem sofrido resistências no Parlamento. Os maiores sinais vêm do MDB, PSD e, sobretudo, do União — terceira maior bancada e que ensaia uma federação com o PP de Arthur Lira. Apesar de contemplado com três ministérios — mesmo não tendo apoiado Lula nas eleições de 2022 –, parlamentares do União reivindicam mais espaço no primeiro escalão.

No mesmo dia em que foi salvo da berlinda por Lula, Juscelino Filho garantiu que seu partido atuará como “grande parceiro” do governo nas votações, entregando votos e o apoio da maioria das bancadas — tanto na Câmara como no Senado. Como se vê, a chiadeira de parlamentares, no entanto, é grande.

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