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Nome de Raoni ao Nobel está fora das bolsas de apostas internacional

O líder da indígena está entre os inscritos para ganhar o prêmio, mas os favoritos por enquanto são a OMS, Greta e Jacinda

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 out 2020, 14h21 - Publicado em 2 out 2020, 13h45
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  • Grupos indígenas e ONGs de preservação ambiental intensificaram nesta semana a campanha para emplacar o nome do cacique kayapó Raoni Metuktire ao Prêmio Nobel da Paz em 2020, que consta entre os mais de 300 inscritos. Apesar do apoio recebido no Brasil e no mundo – abaixo-assinados foram feitos em diferentes línguas -, as principais bolsas de apostas internacionais ainda não o colocam como favorito à honraria.

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    Quem está na frente por enquanto são a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ativista Greta Thunberg e a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. Na roda de apostas também é citado Luiz Inácio Lula da Silva, mas o ex-presidente também é zebra de acordo com os apostadores: seu nome não aparece entre os dez mais cotados. O vencedor do Nobel da Paz será conhecido no dia 9 de outubro em Oslo, na Noruega, com um prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 6,2 milhões de reais).

    Como as nomeações são secretas, as apostas às vezes são um puro chute. No ano passado, Greta era a favorita e quem ganhou foi o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, que costurou um acordo de paz no conflito entre a Etiópia e a Eritreia.

    A campanha em prol de Raoni destaca a sua “luta pelo direito dos povos indígenas e a proteção da natureza”. Os seus apoiadores apostam que a ameaça da Covid-19 às tribos e o desmatamento crescente na Amazônia o coloquem em evidência. Caso ele vença, será o primeiro brasileiro a ganhar a honraria de forma individual. Em 1988, o prêmio foi concedido às Forças de Manutenção da Paz da ONU, das quais o Brasil fez parte.

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    Na semana passada, Raoni fez questão de comentar a fala do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, que declarou que os incêndios na Amazônia são causados “pelo índio e pelo caboclo”. “Ele diz no jornal que índio está botando fogo no planeta. Isso é pura mentira. São os próprios fazendeiros que prejudicam a mata, a natureza. Madeireiros, garimpeiros”, rebateu o líder indígena.

    Em vídeo divulgado na quarta, 30, ele agradece em sua língua aos apoios recebidos e pede a união dos povos indígenas e não indígenas para “defendermos o planeta”.

    No ano passado, Raoni chegou a aparecer como um dos favoritos ao prêmio. Alvo de ataques diretos de Bolsonaro, ele teve encontros com o papa Francisco e Emmanuel Macron – dois nomes que também figuram na lista de apostas de 2020.

    Neste ano, ele teve complicações de saúde e precisou ser internado em um hospital de Mato Grosso. Segundo pessoas próximas, ele sofreu de um quadro de hemorragia e depressão após a morte da esposa, Bekwykà Metuktire, em junho.

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